Se a Black Friday já inspira cuidados com golpes, imagina em tempos de Inteligência Artificial (IA). Para alertar e orientar as empresas, o Reclame AQUI, principal plataforma de confiança e reputação do Brasil, publicou uma pesquisa inédita sobre os anseios do consumidor diante do avanço dos golpes digitais baseados em IA, o chamado Golpe 3.0.
A pesquisa foi realizada em agosto com mais de 3,3 mil consumidores e revelou, por exemplo, que 63% dos entrevistados não conseguem identificar um golpe feito com IA, apontando um cenário de vulnerabilidade crescente às vésperas do maior evento do varejo.
O levantamento faz parte do ebook “Black Friday na era da Inteligência Artificial”, já disponível, que funciona como um guia com dados, recomendações e boas práticas que as marcas podem utilizar para aumentar suas barreiras de proteção. O conteúdo foi apresentado em primeira mão nesta quarta-feira (15), em evento realizado na sede do Reclame Aqui, em São Paulo, e com transmissão online. Participaram da agenda executivos de empresas como Google, Magazine Luiza, Nestlé, Latam Pass, Sympla, GWM Motors, Soldiers Nutrition, Shop2gether e Loja do Mecânico.
Edu Neves, CEO e cofundador do Reclame AQUI, lembra que a IA, antes de ser uma ferramenta de negócios, é uma ferramenta para os consumidores, que irão usá-la intensamente. “Quem não estiver servindo a esse ecossistema, fazendo bom uso desse recurso, vai estar desconectado. Ser lembrado como marca será cada vez mais importante”, alertou. Felipe Paniago, CMO e também cofundador da plataforma, comentou a relevância do monitoramento que é feito. “Desde 2014 acompanhamos a Black Friday com dados que validamos com uma base ativa e engajada”.
Pesquisa: golpes mais refinados, consumidores mais cautelosos
Com referência de 11 anos de monitoramento, o material mostra a evolução da data no País, da “Black Fraude” à era da confiança digital, e propõe caminhos para empresas que desejam se diferenciar em meio ao aumento da desconfiança e da sofisticação dos golpes. A pesquisa mostra que confiança é a palavra de ordem e aponta que o brasileiro está cada vez mais atento e proativo. Alguns dos principais dados indicam que:
- 79% pretendem comprar em lojas online
- 66% pesquisam no Reclame AQUI antes de comprar
- 64% preferem comprar de marcas que já conhecem
- 63% não conseguem identificar um golpe feito com IA
- 48% já estão monitorando preços desde agosto, meses antes da data oficial
- 43% verificam links e ofertas com o Detector de Site Confiável, ferramenta do Reclame AQUI que registrou 160 mil consultas na Black Friday passada.
- 33% colocam a segurança contra golpes como um dos principais fatores na decisão de compra, à frente até do preço
- 20% afirmam já ter sido vítimas de fraude em edições anteriores da Black Friday
A pesquisa também revela que as empresas mais bem avaliadas e com reputação sólida no Reclame AQUI são as que mais vendem durante a Black Friday. O guia traz 10 passos estratégicos para marcas que desejam se destacar, com foco em transparência de preços, preparo logístico, atendimento ágil, presença ativa na plataforma e uso de dados de forma ética e inteligente. O e-book revela, ainda, que os golpes aplicados com Inteligência Artificial estão cada vez mais sofisticados, com deepfakes, vozes clonadas e anúncios falsos.
Varejo e IA
O evento desta quarta-feira (15) do Reclame AQUI contou ainda com falas importantes de outras empresas que também estão na ponta da experiência do usuário. Ricardo de Almeida, especialista em IA do Google, apresentou ferramentas para ajudar a construir o futuro do varejo em tempos atuais, trazendo dados sobre a pressão do e-commerce e alguns exemplos positivos da aplicação das novas tecnologias para o consumo. “É preciso entregar tecnologia responsável, com filtros de segurança e propriedade intelectual”, exemplificou.
Em um painel sobre como a IA pode impulsionar vendas, a executiva de Growth Marketing do Reclame AQUI, Cristianne Alves conversou com Felipe Cohen, CMO do Magazine Luiza, e Gutemberg Almeida, executivo de varejo do Google Brasil. Para Cohen, a confiança é um dos principais atributos para uma marca e tem feito a Magalu aparecer como top of mind na data. “Essa é a terceira revolução do setor, após o surgimento da internet e do mobile commerce. Hoje, já temos usado a tecnologia para reduzir custo e tempo de produção de vídeos”, apontou.
Cohen também lembrou que a Magalu foi a primeira empresa a fazer publicidade com a Marisa Maiô, case brasileiro de IA. Por sua vez, Gutemberg destacou que as empresas estão avançando na automatização da segurança com a própria ferramenta, mas que é necessário organizar os dados “dentro de casa” para ter assertividade. “Temos visto muitas soluções de segurança que incorporam a IA e adotam nesse fluxo uma ação corretiva. É muito importante e precisa ser usado para dar um diferencial para as empresas”, afirmou.

