Durante o Oracle Data & AI Forum, nesta terça-feira, 26, Leandro Vieira, AI & Tech Cloud SVP da Oracle Latin America, destacou a importância de transformar a inteligência artificial (IA) em um agente estratégico de negócios, e não apenas em mais uma tecnologia. “AI é sobre negócios. Se a gente não mudar esse mindset em nossas organizações, estamos fadados a um insucesso”, afirmou.
Vieira defendeu que a IA deve ser encarada como um “colaborador adicional” nas empresas, capaz de assumir tarefas repetitivas e apoiar processos decisórios. Ele citou a mudança apontada pelo Gartner: após dez anos de adoção da estratégia Cloud First, agora é o momento das companhias adotarem o mindset AI First. “Não é pensar em como redesenhar sistemas, mas em que tipo de iniciativa de negócio pode ser atendida de forma totalmente diferente do que fazíamos no passado”, disse.
Da teoria à prática
O executivo ressaltou que grande parte dos projetos de IA fracassa por não atender a necessidades reais do negócio. Citando pesquisa do MIT, ele lembrou que 95% dos pilotos de IA generativa falham pela falta de adaptação ao contexto organizacional. “Se a gente não cuidar dessa transição no mindset das pessoas, os projetos estão fadados ao insucesso”, observou.
Vieira apresentou casos de uso práticos já implementados com parceiros da Oracle. Um deles é a Lifetime Investimentos, assessoria do BTG, que utiliza IA para apoiar os assessores com recomendações personalizadas antes de cada interação com clientes. Outro exemplo vem da indústria: a Traction, que emprega sensores em máquinas para antecipar falhas e sugerir planos de manutenção. No setor de consumo, ele citou o Rappi, que utiliza inteligência artificial para prever padrões de comportamento e sugerir ofertas personalizadas em momentos estratégicos, como durante jogos de futebol. Na saúde, destacou a solução da startup Sofia, que aplica IA em processos de triagem hospitalar para agilizar atendimentos.
Casos reais e demonstrações
Durante sua fala, Vieira também apresentou uma simulação de contact center com agentes de IA capazes de conduzir negociações de dívidas, interpretar sentimentos e ajustar propostas em tempo real. “Isso já é realidade. Temos clientes em fase de produção testando esse modelo em paralelo ao BPO tradicional”, disse.
Segundo ele, a consolidação dos dados e a modularidade das aplicações são fundamentais para o futuro da inteligência artificial. “A forma como interagimos com sistemas vai mudar. Talvez não seja mais pelo celular ou pelo computador, mas por fones, óculos ou dispositivos que ainda nem conhecemos”, afirmou, citando investimentos recentes da OpenAI nesse sentido.