A Cisco promoveu nesta terça-feira, 6, em São Paulo, o evento CIO Engage Brasil promovido pela Cisco que reuniu mais de 100 CIOs, líderes em grandes empresas, um encontro exclusivo e focado na experiência, na exploração dos horizontes da evolução da Inteligência Artificial e da Segurança Cibernética
O painel reuniu quatro experientes profissionais do setor: Walkiria Marchetti (Presidente Executiva do Movimento CIO Brasil), Christiane Edington (conselheira em empresas como Lojas Renner e Grupo DPSP), Roberto Portella (Diretor Executivo da CIONet Brasil) e Ricardo Mucci (Presidente da Cisco Brasil). O debate destacou os dilemas, aprendizados e expectativas em torno da adoção da inteligência artificial (IA) e dos crescentes riscos na área de segurança digital.
Walkiria Marchetti apontou uma transformação decisiva: a IA generativa rompeu a barreira técnica da tecnologia, tornando possível que qualquer profissional — mesmo sem conhecimento em programação — possa interagir com sistemas inteligentes. Isso está provocando uma mudança cultural nas empresas, que agora enfrentam o desafio de adotar tecnologias sem o preparo necessário ou sem compreender plenamente os riscos envolvidos. “É um fenômeno em expansão rápida, mas que exige maturidade organizacional”, afirmou.
Para Ricardo Mucci, da Cisco, o momento é de cautela e estratégia. Ele ressaltou que muitas companhias ainda estão em um estágio exploratório, sem processos claros para escalar projetos de IA. “Hoje a inovação está acessível, mas ainda estamos tentando entender como ela se encaixa nos modelos de negócio. A velocidade da tecnologia é maior que a capacidade de absorção das empresas”, explicou.
Outro ponto de consenso foi o impacto da IA sobre a cibersegurança. A digitalização acelerada e o uso crescente de ferramentas inteligentes aumentam a superfície de ataque das organizações. Para Roberto Portella, da CIONet, a segurança não pode mais ser tratada como um apêndice técnico. “Ela precisa estar no centro das estratégias de negócios. Os riscos se atualizam com a mesma velocidade da inovação”, alertou.
Christiane Edington trouxe sua visão sobre a importância dos CEOs e conselho de administração, também precisam se capacitar para lidar com os riscos e oportunidades trazidos pela tecnologia. “Estamos vendo projetos nascerem com grande potencial, mas que não conseguem escalar porque a organização não tem a governança certa ou subestima os impactos regulatórios e éticos da IA”, disse.
Caminho para a maturidade
O debate também girou em torno da maturidade digital das empresas. Embora haja entusiasmo, os participantes concordaram que muitas organizações estão em um estágio inicial, tratando a IA mais como uma tendência do que como uma solução integrada ao negócio. “Não basta adotar a tecnologia, é preciso construir competências internas, pensar na experiência do cliente, nos dados e na cultura”, defendeu Marchetti.
O painel terminou com um alerta comum entre os executivos: IA e cibersegurança devem caminhar juntas. O futuro da inovação dependerá da capacidade de unir tecnologia, governança, ética e educação digital — não apenas nos times técnicos, mas em toda a estrutura organizacional.