Seleção de vaga fake também usa IA

A seleção para vagas falsas está cada vez mais parecida com a de verdade: ambas são processos conduzidos por inteligência artificial, na qual os candidatos não falam com gente.

É o que aponta a ESET, que já detectou casos de uso de ferramentas de IA capazes de simular diálogos fluidos e personalizados no já tradicional golpe da vaga falta no WhatsApp.

A campanha tem características de uma operação organizada, com múltiplas contas de WhatsApp ativadas automaticamente a cada novo clique nos anúncios divulgado vagas falsos. 

As respostas são geradas com o auxílio de modelos de linguagem como o ChatGPT-4, integrados ao WhatsApp por meio de ferramentas no-code ou linguagens como Python e Node.js, o que permite um alto grau de personalização na conversa com cada vítima.

A empresa recebeu denúncias de casos no México, Chile, Peru, Colômbia e Argentina, o que indica que a campanha tem atuação regional e estrutura avançada. 

Dada a proximidade geográfica e os padrões de disseminação anteriores de golpes semelhantes, a ESET alerta que esse tipo de ataque pode chegar ao Brasil a qualquer momento, especialmente por meio das mesmas plataformas utilizadas para veiculação dos anúncios fraudulentos.

A ESET não chega a dizer quais são as plataformas, mas é sabido que redes sociais como o Instagram  e Facebook são um dos canais mais populares para divulgar golpes de todo tipo.

Fora o uso de IA, o golpe segue o modus operandi conhecido, com os golpistas (ou agora, a IA dos golpistas) se fazendo passar por profissionais de RH de empresas populares, como Mercado Livre, Shein e TikTok.

As vagas são atrativas, os salários acima da média e a contratação imediata, depois que o candidato pagar uma “taxa de processamento” ou alguma outra invenção dos golpistas. 

A maneira de escapar do golpe turbinado por IA é a mesma de sempre: desconfiar se a oferta é boa demais. 

“Desconfie de qualquer vaga que solicite pagamento antecipado, envio de documentos pessoais ou dados bancários logo nas primeiras interações”, orienta Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET no Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima

Obrigado por escolher a Melhor!

Escolha a cidade que deseja atendimento!