A Almaviva, uma multinacional italiana de tecnologia, está prestes a fechar a compra da Tivit, uma das maiores empresas brasileiras da área.
Pelo menos, é o que disseram ao Brazil Journal pessoas próximas da negociação.
O vendedor é o fundo de investimento britânico Apax, que pagou cerca de US$ 1 bilhão pela Tivit, incluindo a compra do controle em 2010 e o posterior fechamento de capital.
A Apax detém hoje 94% da Tivit e tenta vender o negócio há anos. Segundo o Brazil Journal, a negociação com a Almaviva foi facilitada pelo fato de a Tivit ter desmembrado sua área de data centers, a Takoda, que, aliás, também está à venda.
Caso se concretize (vale lembrar que a Tivit já esteve perto de ser vendida antes), o negócio seria uma espécie de viagem no tempo para a Tivit.
Isso porque a Almaviva é um player conhecido por sua atuação em contact center e terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês), e que está se reinventando como uma empresa de tecnologia.
É mais ou menos o ponto em que a Tivit estava em 2017, quando separou sua unidade de BPO, formando a Neobpo (hoje, apenas Neo).
Hoje, a Tivit é uma companhia de TI que oferece soluções digitais, de cloud e cibersegurança, tendo fechado o ano passado com uma receita bruta de R$ 2,1 bilhões, uma alta de 12,2% em relação a 2023.
Olhando um pouco mais para trás, dá para ver que a empresa patinou nos últimos anos: em 2018, o jornal Valor Econômico estimava que a Tivit tinha “receitas” de R$ 1,8 bilhão.
A Almaviva está no Brasil desde 2006 e chegou a ser um dos maiores players do país no mercado de BPO e contact center.
Hoje, a empresa tem uma orientação diferente. Do faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2024, 74% veio de ofertas de tecnologia, 22% da atuação em BPO e 4% da Almawave, uma divisão criada para focar em temas emergentes como inteligência artificial.
O relatório anual da Almaviva não detalha essa divisão para o mercado brasileiro, apenas informa que as três divisões estão representadas no país.
A pergunta que fica é: Almaviva e Tivit vão conseguir fechar a negociação?
Em 2021, a Telefónica chegou perto de comprar a Tivit, com a ideia de integrá-la à T.Tech, empresa criada para atuar nos negócios digitais do grupo espanhol.
Na época, a Tivit esperava que o negócio pudesse chegar a R$ 3 bilhões — uma desvalorização significativa em relação ao valor pago pela Apax (em 2021, o dólar fechou o ano valendo R$ 5,51).