A Intel não está mais nem no top 10 das maiores empresas de semicondutores do mundo.
A avaliação, bastante brutal, é de Lip-Bu Tan, executivo que assumiu recentemente o comando da gigante de chips e foi feita recentemente durante uma sessão de perguntas e respostas com funcionários da empresa.
A conversa foi divulgada pelo Oregonian, um jornal regional baseado em Portland, onde a Intel tem um grande centro de pesquisa e desenvolvimento e o maior empregador privado, com mais de 20 mil funcionários.
“Nós éramos os líderes 30 anos atrás. O mundo mudou. Hoje não estamos nem no top 10 das maiores de semicondutores”, resumiu Tan.
É uma mudança e tanto de tom em relação ao que dizia o CEO anterior, pelo menos publicamente.
O mercado parece estar de acordo com a avaliação de Tan: nos últimos 18 meses, o valor da Intel caiu para menos da metade, indo de US$ 211 bilhões no final de 2023 para algo como US$ 100 bilhões hoje.
A avaliação é que a Intel perdeu o bonde da infraestrutura de inteligência artificial. A Nvidia, principal beneficiada pela demanda de chips mais poderosos, acaba de se tornar a primeira empresa a ter uma avaliação acima de US$ 4 trilhões.
Segundo a conversa obtida pelo Oregonian, o domínio de mercado da Nvidia no mercado de data center já é “forte demais”, mas a Intel ainda tem possibilidades no mercado de IA para PCs, no qual os seus chips seriam mais competitivos.
Desde que assumiu em março, Tan vem fechando unidades de negócios, apostando em outsourcing de áreas como marketing e demitindo milhares de funcionários – os cortes, aliás, eram o tema da conversa vazada.
