A Almaviva, grupo italiano de soluções digitais, acaba de concluir oficialmente a aquisição da Tivit, uma das principais empresas de tecnologia da América Latina.
O valor e os termos da transação não foram divulgados pela companhia. O vendedor é o fundo de investimento britânico Apax, que pagou cerca de US$ 1 bilhão pela Tivit, incluindo a compra do controle em 2010 e o posterior fechamento de capital.
O negócio é uma espécie de viagem no tempo para a Tivit, pois a Almaviva é um player conhecido por sua atuação em contact center e terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês), e que está se reinventando como uma empresa de tecnologia.
É mais ou menos o ponto em que a Tivit estava em 2017, quando separou sua unidade de BPO, formando a Neobpo (hoje, apenas Neo).
Hoje, a Tivit é uma companhia de TI que oferece soluções digitais, de cloud e cibersegurança, tendo fechado o ano passado com uma receita bruta de R$ 2,1 bilhões, uma alta de 12,2% em relação a 2023.
Olhando um pouco mais para trás, dá para ver que a empresa patinou nos últimos anos: em 2018, o jornal Valor Econômico estimava que a Tivit tinha “receitas” de R$ 1,8 bilhão.
Com a venda, a Tivit manterá a sua marca e Marco Tripi, acionista e CEO do Grupo Almaviva, acumulará a presidência da Tivit.
Paulo Freitas seguirá como CEO da companhia, passando a se reportar diretamente a Tripi. Não haverá alteração nos demais executivos da Tivit, tampouco na estrutura das suas operações.
“Estamos prontos para uma nova fase de crescimento. A chegada da Almaviva nos posiciona de forma ainda mais competitiva. Ampliaremos o nosso portfólio de soluções proprietárias e a nossa capacidade de atender às demandas das maiores empresas do mercado, preservando o compromisso com a excelência dos nossos serviços”, destaca Freitas.
A operação fortalece significativamente a presença da Almaviva na América Latina, que passa a operar em 10 países no continente e em 21 no mundo, e afirma se consolidar como a segunda maior provedora de soluções de tecnologia no Brasil.
“A aquisição da Tivit é um passo estratégico e natural em nossa trajetória de crescimento internacional. Unimos forças com uma empresa sólida, reconhecida por sua excelência técnica e forte presença regional, reforçando nosso compromisso em liderar a transformação digital em mercados de alta complexidade e demanda”, afirma Tripi.
A Almaviva está no Brasil desde 2006 e chegou a ser um dos maiores players do país no mercado de BPO e contact center.
Hoje, a empresa tem uma orientação diferente. Do faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2024, 74% veio de ofertas de tecnologia, 22% da atuação em BPO e 4% da Almawave, uma divisão criada para focar em temas emergentes como inteligência artificial.
O relatório anual da Almaviva não detalha essa divisão para o mercado brasileiro, apenas informa que as três divisões estão representadas no país.
Globalmente, a companhia reúne mais de 45 mil profissionais e faturamento superior a R$ 12 bilhões.
O grupo possui mais de 30 empresas e 80 escritórios na Itália e no exterior, com forte presença em países como Estados Unidos, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Bélgica, Espanha, Finlândia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Tunísia.