O Serpro está ampliando sua infraestrutura tecnológica para criar um ambiente de inteligência artificial capaz de processar cerca de 2 bilhões de tokens, reforçando a soberania digital e a capacidade operacional do governo brasileiro. Quem revela é o superintendente de Arquitetura Corporativa, Plataformas e Nuvem da estatal de TI, Welsinner Brito, em entrevista à Convergência Digital durante o Secop 2025.
A nova estrutura integra múltiplas camadas: desde aplicações desenvolvidas para atender órgãos públicos, passando por aceleradores que agilizam a entrega de soluções, até plataformas de governança que administram os modelos de IA. A base dessa arquitetura envolve modelos preditivos e de IA generativa, construídos tanto com tecnologias abertas quanto com soluções de parceiros estratégicos.
Para sustentar essa operação, o Serpro está expandindo seus centros de dados e incorporando tecnologias de processamento gráfico (GPU) à Nuvem de Governo, garantindo alta capacidade de processamento e armazenamento. Brito enfatiza que todo o ambiente será operado com total controle do Serpro: “Os servidores rodam dentro da nossa infraestrutura, e só engenheiros do Serpro têm acesso físico e operacional, garantindo soberania tecnológica e segurança”.
A estratégia inclui a participação de grandes provedores de nuvem no ecossistema público e governamental. Na Nuvem Pública (Serpro Multicloud) já operam AWS, Azure/Microsoft, Oracle, Google, Huawei e IBM. Na Nuvem de Governo — hospedada nos data centers próprios do Serpro — AWS, Oracle, Google e Huawei já estão integrados, com a Microsoft como a mais recentemente incorporada.
Segundo Brito, a ampliação responde tanto à crescente demanda por IA generativa no setor público quanto ao cenário geopolítico global, que reforça a necessidade de infraestrutura crítica sob controle nacional. “Estamos aumentando em grande escala a capacidade de GPU e especializando nossas equipes para operar essas tecnologias, garantindo que o Estado brasileiro esteja preparado para o presente e para o futuro da inteligência artificial”, afirma.