O Relatório de Nuvem e Ameaças do Netskope Threat Labs revelou um aumento de 50% no uso de plataformas genAI entre usuários finais corporativos entre fevereiro e maio deste ano. Estima-se que o mais da metade de toda a aplicação dessas soluções são Shadow AI, a utilização não autorizada pela equipe de segurança de uma empresa.
Esse comportamento reflete a aceleração da conexão direta de armazenamentos de dados corporativos a aplicações de IA. O aumento da popularidade dessa conexão cria riscos de segurança aos dados corporativos, que tornam ainda mais importante a prevenção contra perda de dados (DLP), e o monitoramento e conscientização contínuos. O tráfego de redes vinculado ao uso de plataforma genAI também aumentou 73% em relação ao trimestre anterior. Em maio, 41% das organizações já estavam usando pelo menos uma plataforma genAI.
“As equipes de segurança não querem prejudicar o desejo de inovação de seus colegas de empresa, mas o uso da IA só tende a aumentar. Para proteger a inovação, as empresas precisam reformular seus controles de aplicações de IA e aprimorar as políticas de DLP para incorporar elementos de treinamento do usuário em tempo real”, diz Ray Canzanese, diretor do Netskope Threat Labs.
O uso da IA pelas empresas e funcionários
De implementações de genAI com GPUs locais ao desenvolvimento de ferramentas que interagem com aplicações SaaS (Software as a Service) ou plataformas genAI, as empresas exploram diversas estratégias para inovar com rapidez e, cada vez mais, recorrem a interfaces baseadas em LLMs. 34% dessas empresas utilizam essas interfaces.
A crescente expectativa em torno dos agentes de IA tem impulsionado esse movimento. Os dados mostram que já existe uma massa crítica de usuários nas empresas criando agentes e explorando recursos de IA disponíveis em soluções SaaS.
Os usuários corporativos vêm se concentrando cada vez mais em soluções como Gemini e Copilot, impulsionados pelo esforço das equipes de segurança em habilitar esses recursos com proteção adequada, especialmente por estarem mais integrados aos pacotes de produtividade das empresas.

Enquanto isso, o Chat GPT apresentou sua primeira queda de popularidade desde o início de registros pela Netskope em 2023. Entre as 10 ferramentas genAI mais utilizadas, foi a única a perder espaço. O destaque ficou para a Grok, integrada ao X (antigo Twitter), que cresceu em quase 10% o uso entre abril e maio.
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E como a Netskope lida com esses dados dentro da empresa?
Para Claudio Bannwart, Country Manager Brasil da Netskope, “o problema é a falta de visibilidade sobre quem acessa, o que ele acessa e para onde ele está levando esses dados”. O executivo ilustra, por exemplo, a dificuldade de rastrear essas informações uma vez que a maioria das movimentações estão acontecendo em nuvem, sem passar por um data center.
“A nuvem hoje está trazendo um desafio muito diferente para as empresas do que eles tinham preocupações há cinco anos. E a IA generativa está acelerando e está transformando isso de uma forma exponencial os problemas que as empresas estão enfrentando.”, conta em entrevista à TI Inside.
O líder da companhia no Brasil afirmou que usa, como solução para a preservação de dados, a separação de contas pessoais e corporativas. “Você tem que acessar através de uma senha corporativa. E eu consigo identificar o que você está enviando, se você pode ou não pode enviar”.
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