No TI Inside Innovation Forum, realizado na última quinta-feira de agosto (28), Giuliane Paulista, executiva de IA e analytics do Banco do Brasil, avaliou os pilares de implementação de inteligências artificiais como diferencial competitivo.
Para a executiva, pelo menos no mercado financeiro, o uso da IAs já é mandatório, e não mais um diferencial. “No Banco do Brasil, a gente já usa IA há mais de 10 anos. O que mudou a partir de novembro de 2022 foi a vinda da IA generativa de uma forma mais escalável”, complementa.
Paulista acredita que sua bagagem a faz enxergar a tecnologia como interconectada. “A gente tem essa visão holística para IA que é super importante. A IA é uma tecnologia que não nasce dentro da tecnologia. Ela vem das pontas”, explica a adaptabilidade dos usos.
Os pilares da implementação
“Não tem como desenvolver e implantar IA só com a tecnologia pela tecnologia”, ela diz, seguindo a mesma linha de raciocínio. “Casos de uso são importantes, eles dão o aperfeiçoamento, a musculatura para que, a partir desses casos de uso, pensemos numa adoção escalável”.
Paulista acredita que os líderes devem ser exemplos aos seus funcionários sobre a readequação do trabalho às novas tecnologias. “A liderança precisa mudar a sua forma de pensar. E se a liderança não comprar essa inovação, não comprar essa cultura de agir, não vai dar certo”, elabora. Junto a isso, a executiva defende que é necessário a criação de estratégias e objetivos encabeçados por toda a organização.
Para ela, essa transformação só será possível se também impactar a cultura organizacional. “O letramento não é só da base, é da liderança também, porque a tecnologia é nova para todo mundo. Não é só de quem já está no TI, é de quem está também fora da TI, precisa aprender a saber como se usa essa tecnologia e precisa também ter a cultura”, afirma.
A executiva ainda destaca que parte importante desse letramento é voltado em diminuir o que chamou de ‘ansiedade organizacional’. Ela se queixa que o impulso por automatizações transferiu-se para a demanda de criação de novas ferramentas de IA.
Por fim, Paulista destacou a importância do manuseio e cruzamento de dados. “A governança, não só a parte de dados, mas também como a gente faz a gestão de todos esses ecossistema para que ele funcione de uma forma harmônica, não causando riscos, não expondo também a vulnerabilidade de dados; a gente tá falando sobre privacidade e transparência”, conclui.
O futuro
A executiva ainda afirma que a governança é a peça-chave para o desenvolvimento de novas tecnologias de IA. “Sem governança não tem como avançar, né?”.
Paulista acredita que as decisões devem ser pautadas em cases estratégicos com os melhores resultados para a companhia. “Ter uma esteira em que a gente consiga avaliar os casos de uso de maior impacto antes de colocar em produção. Isso é super importante para a governança da IA. Não tem como fazer IA sem monitoramento”, conclui.