Cemig prepara IA generativa para setor elétrico, o EnergyGPT

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está investindo na criação de sua própria inteligência artificial generativa em um projeto junto com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) para implantação de uma tecnologia de propósito geral. Chamado de EnergyGPT, a IA está sendo treinada e a ideia é que seja usada pelo setor elétrico.

A Cemig também faz estudos de casos para criação de assistentes virtuais para auxiliar na tomada de decisão, conforme contou Iguatinan Monteiro, gestor e assessor da vice-presidência na Cemig ao participar do SAS Innovate Tour 2025. O executivo deu mais detalhes do projeto em entrevista exclusiva em vídeo ao Convergência Digital.

O pano de fundo da criação do GPT é o alto grau de complexidade do setor de infraestrutura crítica, o que exige soluções altamente especializadas. O setor elétrico apresenta desafios bastante específicos como linguagem técnica densa e repleta de jargões, arcabouço regulatório extenso e em constante evolução, além de requisitos rigorosos de confiabilidade e continuidade do serviço.

Nesse contexto, o projeto de PDI ANEEL EnergyGPT busca desenvolver, no Brasil, modelos de linguagem especializados no setor elétrico brasileiro, com ênfase na compreensão e geração de textos técnicos, jurídicos, regulatórios e operacionais. O projeto, que utiliza IA generativa, visa a criar uma base cognitiva robusta, treinada em português e alimentada com documentos reais do setor, capazes de atender demandas como leitura automatizada de normas, apoio à análise jurídica, interpretação de dados de medição, simulações regulatórias, padronização de respostas, dentre outros desafios do setor.

“Nós estamos fazendo isso para o setor, não só para a Cemig, e vai ser depois disponibilizado para todas as empresas para elas poderem fazer as suas pesquisas, seus estudos e criar seus agentes”, contou à CDTV, acrescentando que a Cemig está criando diversos assistentes digitais para áreas jurídica, de auditoria, na parte de relacionamento com cliente e na parte regulatória.

Os principais desafios estão sendo no treinamento. “Isso demanda tempo, demanda um pouco de persistência, principalmente, das pessoas envolvidas, para que toda vez que você obtiver uma resposta não satisfatória, não conforme, você retroalimentar o modelo com a resposta correta”, detalhou.

Prontidão após desastres
Para além do GPT, Monteiro explicou que um dos principais desafios hoje das empresas de distribuição de energia elétrica está ligado à resiliência do sistema, que é a quantidade de clientes que por algum motivo ficou sem energia devido a um evento climático extremo. Isso é medido nas 24 horas após o evento. “A Aneel está muito preocupada com isso, principalmente, no Sul e Sudeste e ela quer saber como as distribuidoras estão se planejando para enfrentar os novos desafios. Nisso, entram as ferramentas analíticas e de IA para fazer a melhor alocação”, explicou.

A ferramenta de análise ajuda a Cemig a definir e alocar as equipes nos locais corretos para restabelecer a energia elétrica. O executivo explicou que a ciência de dados e a IA estão nos ajudando a companhia para entender e analisar a demanda de quantidade de serviço para restabelecer os serviços após os eventos climáticos de forma a fazer o dimensionamento e alocar a força de trabalho.

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