O segundo grande destaque do primeiro dia do Mind The Sec 2025, em São Paulo, trouxe uma mensagem clara ao público executivo: cibersegurança não é mais barreira ou custo operacional, mas um dos pilares estratégicos para inovação e crescimento sustentável. Na palestra “Do Risco ao Resultado: Como o CISO Assume o Comando na Era da IA”, Fábio Câmara, fundador e CEO da FCamara, e Nycholas Szucko, conselheiro na Defense, exploraram como o papel do CISO vem evoluindo em meio ao avanço acelerado da inteligência artificial e às crescentes pressões de mercado.
Cibersegurança como pilar de negócios
Fábio Câmara abriu a sessão ressaltando que a segurança da informação deixou de ser um tema restrito ao backoffice. “Segurança deve estar presente no front das negociações, junto ao time de produtos, ao comercial e ao board. Ela é diferencial competitivo”, afirmou. Para o executivo, empresas que tratam segurança apenas como custo correm o risco de perder credibilidade e espaço em um mercado onde a confiança digital é requisito básico.
Ao compartilhar sua experiência como empreendedor e investidor, Câmara destacou que a educação empreendedora e a capacidade de inovar com segurança são fatores determinantes para o futuro das organizações. “Estar obsoleto em segurança significa comprometer a própria relevância da empresa no mercado”, reforçou.
O CISO como tradutor de riscos
Já Nycholas Szucko, com mais de 20 anos de experiência em empresas como Microsoft, Cisco e ZScaler, provocou uma reflexão sobre o isolamento em que muitos CISOs ainda se encontram. Para ele, a transformação desse papel passa pela capacidade de traduzir riscos técnicos em impacto financeiro e métricas claras de valor para o negócio.
“O conselho não quer ouvir sobre vulnerabilidades. Quer entender em quanto isso afeta o fluxo de caixa, a reputação da marca e a sustentabilidade da operação”, destacou. Szucko lembrou que, em um cenário de abusos crescentes da IA em ataques digitais, a comunicação clara entre segurança e negócio é o que garante ao CISO um lugar efetivo na mesa de decisão.
A era da liderança do CISO
Encerrando a apresentação, Câmara e Szucko foram categóricos: o CISO da era da IA precisa deixar de ser guardião isolado de sistemas e assumir o papel de liderança estratégica. Isso significa alinhar-se a conselhos, traduzir ameaças em impacto mensurável e influenciar diretamente a agenda de crescimento das empresas.
“Na era da inteligência artificial, o CISO não é mais um técnico de suporte: é um gestor de riscos e oportunidades, peça-chave para a sustentabilidade e a inovação corporativa”, resumiu Szucko.
O recado final ao público foi claro: em 2025, quem trata a cibersegurança apenas como defesa estará sempre atrás dos atacantes; quem a enxerga como vetor de valor estará à frente na corrida digital.