Abertura de empresas de TI cresce 25% no 1º semestre 

Em média, 4,7 mil novas empresas de tecnologia foram criadas por mês no 1º semestre de 2025, somando mais de 28 mil novos CNPJs até junho. Isso significa um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado para a atividade econômica de informação e comunicação, segundo o recente balanço feito pela Contabilizei, a partir da análise de dados públicos da Receita Federal.

“Todas as novas empresas foram abertas no setor de serviços e 88% são microempresas e empresas de pequeno porte, ou seja, provavelmente esperam faturar mais do que R$ 81 mil ao ano, já que apenas 8% são MEIs e 4% demais portes”, avalia o vice-presidente executivo de operação da Contabilizei, Guilherme Soares. “O crescimento no 1º semestre pelo segundo ano consecutivo (2025 e 2024) mostra que o mercado segue aquecido e as projeções são bastante otimistas.”

“Após um decréscimo relevante de mais de 12% no 1º semestre de 2023 ao compararmos com o mesmo período em 2022, percebemos uma retomada na prestação de serviços de TI e um cenário bastante dinâmico nos anos posteriores”, relembra o dado histórico. “A hipótese é que essa expansão tenha sido potencializada por causa da ascensão de três tecnologias: inteligência artificial (IA), computação em nuvem e cibersegurança”, afirma.

De acordo com o iMonitor IT, estudo trimestral do mercado brasileiro de TI, realizado pela Advance em julho deste ano, “os empresários de TI estão prevendo um crescimento de 17,5% para 2025 e 18,0% para 2026”, mesmo adotando uma postura mais pessimista em relação ao cenário político-econômico do país e com uma preocupação extra com os possíveis impactos e desdobramentos do tarifaço dos EUA nas empresas de TI. Importante destacar que, por enquanto, as tarifas impostas não impactam diretamente a prestação de serviço, portanto o efeito em TI neste setor seria no máximo indireto.

Abaixo seguem as 10 principais oportunidades para 2025 (iMonitor IT):

  1. Inteligência Artificial (IA) e soluções baseadas em IA
  2. Lançamento e expansão de novos produtos e serviços
  3. Expansão da base de clientes e geração de novos negócios
  4. Cloud Computing (Nuvem) e infraestrutura digital
  5. Otimização de vendas na base existente e fidelização
  6. Cibersegurança e segurança da informação
  7. Redução de custos e melhor custo-benefício e valor para clientes
  8. Análise de dados (data & analytics) e soluções de gestão (ERP, CRM, BI)
  9. Automação e melhoria de processos
  10. Modernização e migração de sistemas legados

Profissional de TI abre empresa em busca de equilíbrio

Este é o caso do consultor de redes sênior e gestor de suporte ao cliente, Alencar Frizzas, de 29 anos, que abriu a sua primeira empresa em janeiro deste ano pela Contabilizei. “Em 2025, tomei uma das decisões mais marcantes da minha vida profissional: abrir o meu CNPJ. Depois de quase dez anos trabalhando no regime de CLT, surgiram oportunidades para CNPJ na minha carreira. A mudança para o modelo de prestação de serviços foi uma escolha estratégica para conquistar maior flexibilidade e independência”, ressalta.

Para ele, essa transição aconteceu em um momento de transformação ainda maior na sua rotina: a mudança para a cidade de Paulínia, no interior de São Paulo. “Vim em busca de qualidade de vida, de melhorar a gestão do meu tempo e conquistar o sonhado equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Buscava um ambiente que permitisse respirar novos ares. O CNPJ foi o símbolo dessa nova fase; a concretização de um projeto de vida: viver de forma mais leve”, explica.

Atuando no setor de tecnologia desde 2014, o profissional tem percebido a retomada do aquecimento neste mercado, mas ao mesmo tempo identifica também uma dificuldade em encontrar bons talentos. “Nos próximos anos, a parte operacional da área tende a ser mais enxuta devido ao crescimento de ferramentas para gestão e manutenção de redes. Por outro lado, entendo que a consultoria tende a crescer: seja para implementação dessas ferramentas ou uma adequação do design de rede”, completa Alencar.

Retrato geral de abertura de empresas no Brasil no 1º semestre de 2025

Conforme este levantamento da Contabilizei, foram criados mais de 2,6 milhões de novos CNPJs no 1º semestre de 2025, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2024 (mais de 475 mil). “Puxado pelo mês de janeiro, todos os setores expandiram no volume de abertura de empresas do 1S24 para 1S25: serviços (26%), indústria (21%) e comércio (14%), evidenciando o dinamismo do empreendedorismo brasileiro”, pontua Guilherme. “As empresas nas categorias de MEIs e de outros portes (não-MEIs) tiveram os seguintes crescimentos no período analisado: 26% e 10%, respectivamente”, finaliza.

A professora Giovana Zulato, de 41 anos, é uma entre as milhões de pessoas que abriram empresa no 1º semestre deste ano. Docente em cursos de pós-graduação deste 2017, de lá pra cá, ela viu o valor do seu imposto de renda pessoa física aumentar demais com os rendimentos que estava recebendo via recibo de pagamento autônomo (RPA) e, também, como contratada no modelo CLT em outro emprego.

“Como eu tinha essas duas fontes pagadoras, o saldo a pagar do meu imposto de renda pessoa física foi impactado, a diferença era grande de alíquotas do pagador por RPA do pagador via CLT. Conversando com uma contadora, ela me explicou que se eu abrisse uma empresa e fizesse a emissão de notas fiscais para esse pagador de educação, o reflexo no montante a pagar no imposto de renda pessoa física seria bem menor”, conta.

De olho no futuro, ela abriu a empresa não apenas para suprir uma necessidade imediata, mas para ampliar o leque de atuação no mercado educacional. “A empresa que abri em São Paulo pela Contabilizei tinha pré-requisitos específicos para atuar como professora de graduação e pós. Além  disso, engloba outros serviços, como organizar treinamentos e realizar palestras porque a atividade econômica do novo CNPJ já contempla isso.”

Mesmo sendo tudo ainda bastante recente, Giovana já espera ver um impacto positivo no seu imposto de renda pessoa física que será declarado no próximo ano. “Espero não ter tanto pagamento pelas diferenças de alíquota. Inclusive, acredito que tudo isso ajuda a melhorar as minhas finanças. Agora estou conseguindo ter uma organização financeira bem mais assertiva, porque no CNPJ eu tenho bem menos descontos”, completa.

Balanço regional

Regionalmente, o primeiro lugar no ranking estadual neste 1S25 segue com o Ceará, que lidera o top 5 de estados com maior crescimento percentual, avançando 33,9%, na frente do Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco. No quesito capital, Porto Alegre aparece na primeira posição do ranking, com crescimento percentual de 36,7%, seguido por Manaus, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte. Os dados refletem a diversificação e o fortalecimento do empreendedorismo em diversas regiões do país.

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