A detecção de ameaças cibernéticas e o monitoramento estão entre os principais usos de inteligência artificial para cibersegurança, com 32% das respostas, de acordo com a edição deste ano do estudo “Global Cybersecurity Leadership Insights”, produzido pela EY. Na sequência, com 26%, a resposta mais escolhida foi gerenciamento proativo de risco. Na terceira posição, com 15%, ficaram empatadas as respostas “segurança de rede e de endpoint” e “análise de comportamento e detecção de anomalias”, seguidas de “gerenciamento de vulnerabilidades e resposta a incidentes”, com 14%. Por fim, com 12%, vieram “respostas a ameaças em tempo real” e “gerenciamento de acesso e identidade”.
Para chegar a esses resultados, o estudo entrevistou, em março e abril deste ano, 550 profissionais do C-Level e líderes de cibersegurança atuantes em empresas de 16 setores econômicos e 19 países das Américas; Ásia-Pacífico; e Europa, Oriente Médio, Índia e África (EMEIA, na sigla em inglês). Os respondentes representam organizações com mais de US$ 1 bilhão em faturamento anual.
A implementação da IA está, na avaliação dos CISOs (Chief Information Security Officers), trazendo melhores resultados, como redução em 28% do tempo médio de detecção (MTTD, na sigla em inglês), a métrica que mensura o tempo necessário para identificar um problema ou incidente de segurança em um sistema ou ambiente, e do tempo médio de resposta (MTTR, na sigla em inglês), métrica que indica o tempo necessário para restaurar sistema ou acesso após um incidente. Além disso, seis em cada dez entrevistados apontam para maior visibilidade das superfícies de ataque.
O processo de implementação da IA envolve a otimização das ferramentas tecnológicas legadas e a simplificação das ferramentas de segurança cibernética, que também servem para eliminar eventuais procedimentos duplicados e reduzir custos, além de melhorar a visibilidade e reduzir o número de superfícies de ataque. As organizações utilizam em média 35 ferramentas cibernéticas diferentes, sendo que 37% adotam mais de 50 ferramentas com esse propósito.
Os CISOs estão buscando simplificar sua estrutura, bem como reduzir gastos com esses recursos: 23% dos entrevistados pelo estudo da EY concluíram o esforço de racionalização da tecnologia nos últimos dois anos e 41% estão dedicados neste momento a isso. Já 18% finalizaram o processo de simplificação da plataforma de cibersegurança, enquanto 41% estão fazendo isso agora.
Ainda segundo o levantamento, 22% dos entrevistados já finalizaram a modernização da tecnologia nos últimos dois anos, enquanto 43% estão com esses esforços em andamento. Mais do que isso: 74% já automatizaram – ou estão em processo – seus esforços de detecção de ameaças cibernéticas e 69% fizeram o mesmo em relação à proteção dos sistemas e acessos. A automatização também chegou à resposta aos incidentes de segurança, com 64% dos entrevistados indicando esse movimento. Identificação das ameaças, recuperação dos sistemas e governança ficaram respectivamente com 58%, 44% e 43%.
Tendência de mercado
“No total, portanto, em relação à modernização da tecnologia, 65% já estão dedicados a esse trabalho, o que demonstra uma tendência de mercado”, avalia Márcia Bolesina, sócia-líder da área de cibersegurança da EY. “Além do ganho de eficiência no trabalho de cibersegurança e da economia gerada, a otimização e a automação permitem que mais dinheiro e tempo sejam concentrados na criação de valor, possibilitando que as organizações fiquem à frente das ameaças emergentes e aprimorem sua postura geral de segurança”, finaliza. O estudo também demonstrou que a área de cibersegurança é responsável por 11% a 20% do valor produzido pelas iniciativas corporativas que contam com sua participação, com contribuição média de US$ 36 milhões por projeto.
Na edição do ano passado dessa mesma pesquisa da EY, com base em uma análise baseada em 69 estudos publicados entre 2015 e 2020, a IA demonstrou precisão média superior a 90% na detecção de spam, malware e invasões de rede. Na ocasião, foram entrevistados líderes em cibersegurança de empresas provenientes de cinco setores econômicos e atuantes nas Américas; Ásia-Pacífico; e Europa, Oriente Médio, Índia e África. Essa capacidade da IA é decorrente principalmente da aprendizagem profunda ou deep learning que permite a essa tecnologia analisar volume maior de dados e mais heterogêneo em tempo real.
A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações.
Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além deste conteúdo já abordou os seguintes aspectos:
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