O novo papel do CIO na era da Inteligência Artificial

Há pouco tempo se discutia se o papel do CIO estava com os dias contados. Hoje, a resposta é clara: o CIO não só continua essencial, como se reinventou. De guardião da infraestrutura de TI, passou a ser o grande orquestrador da transformação digital e, recentemente, um dos principais responsáveis pela operacionalização responsável da Inteligência Artificial (IA) e da IA Generativa (GenAI).

Em um cenário em que dados, algoritmos e automação definem vantagem competitiva, o CIO tem uma missão estratégica: garantir que a inovação aconteça em escala, com segurança, governança e propósito.

A IA entrou nas empresas em uma velocidade sem precedentes, criando oportunidades enormes, e trazendo questionamentos. Sem a devida coordenação, surgem iniciativas isoladas, a chamada shadow AI. Cabe ao CIO conectar negócios, dados e tecnologia, definindo métricas de valor e responsabilidades claras para que a inovação gere impacto real e sustentável.

Se antes a prioridade era manter a infraestrutura estável, agora a maturidade exigida pela IA leva esse compromisso a outro nível. Reduzir vieses, garantir ética e responsabilidade nos modelos se tornam cada vez mais cruciais. Construir um processo com confiança não só nos algoritmos, mas em todo o ciclo de governança.

O grande desafio das empresas hoje é tirar a IA do modo “piloto” e levá-la a um patamar que comece a gerar valor real para as empresas. Muitos projetos de GenAI ainda não mostram retorno claro e o CIO tem papel central em mudar isso. É ele quem define critérios de ROI, prioriza iniciativas com impacto estratégico e escala soluções com eficiência e controle de segurança.

Assim como a cibersegurança foi institucionalizada nas últimas décadas, a IA também precisa ser tratada como parte essencial da resiliência corporativa. Isso exige arquiteturas de dados robustas e com governança, monitoramento contínuo e decisões estruturais entre construir ou adquirir soluções. É hora de abandonar experimentos isolados e investir em plataformas unificadas, seguras e escaláveis.

A explosão de ferramentas de GenAI trouxe a democratização da tecnologia, mas também fragmentação. O risco de dispersão e perda de foco com diversas iniciativas isoladas é muito grande, e a solução para isto está em plataformas que centralizem governança, padronizem práticas e criem ambientes controlados para inovar com segurança. Essa abordagem não apenas reduz riscos de vieses e vazamentos de dados, como estabelece um caminho consistente para capturar valor em escala.

Liderar na era da IA é equilibrar ousadia com prudência, inovação com governança, resultado com ética. No fim, não se trata apenas de adotar IA, porém de integrá-la à estratégia de negócio de forma sustentável, mensurável e confiável. É assim que o CIO deixa de acompanhar a revolução tecnológica para, de fato, liderar o futuro das organizações. A velocidade da transformação digital exige líderes capazes de equilibrar inovação e governança, ousadia e prudência, resultados e ética. No fim, não se trata apenas de adotar IA. É sobre incorporá-la à estratégia de negócios de forma sustentável, mensurável e confiável. É nesse equilíbrio que os CIOs de hoje não apenas acompanham a revolução tecnológica — eles constroem, de fato, o futuro das organizações.

José Augusto Gabizo, vice-presidente e general manager da FICO.

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