A AXIA Energia iniciou operações de computação no Rio de Janeiro e na Bahia com o objetivo de avaliar o consumo energético de cargas associadas ao processamento de alto desempenho e preparar a empresa para atender demandas futuras de data centers e aplicações de inteligência artificial no país. A companhia utiliza equipamentos de mineração de bitcoin como ambiente de teste para dimensionar consumo, resfriamento, conectividade e gestão energética.
A iniciativa busca reproduzir, em menor escala, o comportamento de infraestruturas que operam modelos avançados de IA. Segundo a AXIA, a escolha por chips ASIC dedicados à mineração se deve ao menor custo por megawatt em comparação aos processadores usados para treinar modelos de IA. A empresa afirma que uma instalação de IA com demanda de 1 MW pode exigir cerca de US$ 50 milhões em hardware, enquanto a mesma carga aplicada a mineração representa cerca de US$ 1 milhão.
O primeiro conjunto de máquinas opera na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Na Bahia, o projeto faz parte de uma planta de pesquisa e desenvolvimento instalada em um microgrid no município de Casa Nova, onde a AXIA mantém um parque eólico. A estrutura reúne mais de 170 equipamentos de computação conectados diretamente à geração eólica e solar, bateria de 1 MWh e emuladores de carga, simulando o funcionamento de processadores em um sistema complexo. O investimento total nessa infraestrutura é de R$ 90 milhões.
A AXIA avalia que essa operação permitirá, no futuro, substituir os equipamentos utilizados hoje por sistemas voltados a IA sem necessidade de novos investimentos estruturais. A empresa também aponta que o uso de cargas computacionais pode contribuir para a estabilização do grid ao absorver energia excedente em períodos de variação na geração.
A estratégia faz parte da preparação da companhia para atender o crescimento do mercado de data centers, que demanda integração entre fornecimento de energia, automação, controle, resfriamento e conectividade em operações de alta escala.
