A Inteligência Artificial (IA) estará presente em todo trabalho de TI até 2030, de acordo com o Gartner, Inc., empresa de insights de negócios e tecnologia. O ambiente de TI de 2030 será impulsionado por humanos, amplificado pela IA e orquestrado pelos CIOs (Chief Information Officers).
Até 2030, os CIOs esperam que 0% do trabalho de TI seja feito por humanos sem a ajuda de IA, 75% seja feito por humanos auxiliados por IA e 25% seja feito apenas por IA, de acordo com uma pesquisa do Gartner com mais de 700 CIOs realizada em julho de 2025. Isso significa que as organizações devem equilibrar a prontidão da Inteligência Artificial e a humana para sustentar o valor da IA. O Gartner indica, porém, que poucas organizações estão fazendo isso.
“O Gartner vem orientando CIOs e executivos de TI em suas jornadas de Inteligência Artificial há muitos anos. Em 2023, mostramos a eles como moldar suas ambições em IA. No ano passado explicamos como administrar o ritmo na corrida pelos resultados de Inteligência Artificial. Este ano, estamos traçando o caminho certo a seguir para que eles possam apostar tudo no valor da IA”, diz Gabriela Vogel, Vice-Presidente Analista do Gartner.
“Embora nem toda Inteligência Artificial esteja pronta para entregar valor, os humanos estão ainda menos preparados para capturá-lo”, diz Rob O’Donohue, Vice-Presidente Analista do Gartner. “A prontidão para a IA significa que ela pode ajudar você a encontrar valor e atender efetivamente às necessidades de casos de uso específicos. A prontidão humana diz respeito a ter a força de trabalho e da organização certas para capturar e sustentar o valor da IA.”
Transforme a força de trabalho para capturar e sustentar o valor da IA
A posição do Gartner é que o impacto da Inteligência Artificial nos empregos globais será neutro até 2026. O Gartner prevê que, até 2028, a IA criará mais empregos do que destruirá.
“A Inteligência Artificial não é sobre perda de empregos. É sobre a transformação da força de trabalho. Os CIOs devem começar a transformar suas forças de trabalho restringindo novas contratações (especialmente para funções que envolvem tarefas de baixa complexidade) e reposicionando talentos para novas áreas de negócios que geram receita”, diz Vogel.
Restringir as contratações ajudará a aumentar a produtividade e otimizar custos, mas para capturar novo valor, é preciso fazer mais. A força de trabalho precisa ser capaz de trabalhar com a IA de maneiras radicalmente novas. As habilidades necessárias vão mudar.
“A IA tornará algumas habilidades, como resumo, recuperação de informações e tradução, menos importantes, pois está pronta para automatizar ou melhorar essas tarefas”, diz O’Donohue. “Mas ela também cria a necessidade de habilidades totalmente novas. Essas habilidades de IA são fundamentalmente diferentes da maioria das habilidades. Enquanto as habilidades tradicionais visavam melhorar a execução de tarefas, as habilidades de IA visam tornar você melhor — um motivador melhor, um pensador melhor e um comunicador melhor.”
Os analistas do Gartner afirmam que os planos de desenvolvimento de habilidades das organizações devem ir além da formação das pessoas em novas competências. Se as pessoas dependerem demais da IA e deixarem de utilizar as suas habilidades essenciais, pode ocorrer uma atrofia das competências. Os trabalhadores devem ser testados periodicamente para garantir que mantêm as capacidades críticas para funções importantes.
Encontre valor na IA através de prontidão para IA
A prontidão para IA deve ser avaliada em termos de custos, recursos técnicos e fornecedores:
? Custos: Na região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA), 73% dos CIOs relataram que suas organizações estão atingindo o ponto de equilíbrio ou perdendo dinheiro com seus investimentos em Inteligência Artificial. Para cada ferramenta de IA que as organizações compram, elas devem antecipar 10 custos ocultos, além dos custos de transição de treinamento e gerenciamento de mudanças. As organizações devem realizar uma análise e decidir quais custos irão financiar.
? Recursos técnicos: Alguns recursos de IA, como pesquisa, geração e resumo de conteúdo e código, já estão prontas. Outras capacidades, como precisão de IA e agentes de IA, ainda não estão. Ao considerar a precisão de IA e os agentes de IA, as organizações devem passar de agentes conversacionais para agentes de tomada de decisão e, mais importante, devem investir em agentes de IA que sejam especialistas.
* Fornecedores: Determinar o fornecedor certo para as necessidades de Inteligência Artificial de uma organização depende do tipo de implementação de IA:
* Se uma organização estiver planejando uma implementação massiva de IA, os hiperescaladores têm a escala de infraestrutura de IA para oferecer suporte a uma ampla gama de resultados.
* Para casos de uso específicos do setor, as startups podem oferecer agentes de IA específicos do domínio, conhecimento aprofundado e recursos que podem proporcionar benefícios imediatos.
* Para inovação rápida e recursos de IA de ponta, as empresas de pesquisa e desenvolvimento de IA estão prontas para a inovação, mas não têm escala suficiente para estar totalmente preparadas para o mercado empresarial.
* Cada decisão de IA tomada é uma decisão de soberania, portanto, não ignore a soberania da IA.
O Gartner identificou quatro perspectivas para avaliar o grau de preparação das organizações para cada iniciativa que elas buscam. Esse sistema ajudará a orientar as organizações no caminho para o valor da IA, avaliando se a tecnologia e o talento humano estão prontos para alcançar suas ambições de Inteligência Artificial.
“Seguindo o Sistema de Posicionamento do Gartner, as organizações podem procurar, encontrar, capturar e sustentar o valor da IA. Se forem bem-sucedidas, podem transcender suas limitações”, afirma Vogel. “A IA cria ondas de choque que podem transformar um hospital em apenas um centro de tratamento e construir uma força de trabalho autônoma para um negócio autônomo. Mas o verdadeiro retorno vem quando as soluções de IA se concentram em melhorar as competências essenciais de uma organização ou resolver problemas impossíveis.”
