A Polícia Federal deflagrou nesta quarta, 3/12, a Operação Power OFF, voltada a desarticular uma associação criminosa especializada na oferta de serviços ilegais de ataques de negação de serviço distribuídos (DDoS) sob demanda, conhecidos no meio cibernético como booters e stressers. A prática permite que qualquer pessoa contrate ofensivas virtuais mesmo sem conhecimento técnico.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária em São Paulo (SP), São Caetano do Sul (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Tubarão (SC). Os alvos incluem administradores das plataformas clandestinas e usuários que recorreram ao serviço para atacar sistemas considerados de alta relevância.
As investigações foram desenvolvidas com apoio internacional do FBI. Segundo a PF, as plataformas operavam a partir de infraestrutura de nuvem distribuída em diversos países, o que permitia sua utilização por agentes em escala global.
Entre os ataques associados aos usuários dessas ferramentas estão investidas contra órgãos estratégicos do Estado brasileiro, como a própria Polícia Federal, em 2020, além de Serpro, Dataprev e o Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro, em 2018.
Os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa e pela interrupção ou perturbação de serviço telemático ou de informação de utilidade pública, conforme previsto na legislação penal.
A PF destaca que a Operação Power OFF integra um esforço conjunto de forças policiais, autoridades de aplicação da lei e instituições acadêmicas, reforçando o compromisso de enfrentar crimes cibernéticos que ameaçam a segurança e a disponibilidade de serviços essenciais.