O Tribunal Superior Eleitoral reuniu 27 investigadoras e investigadores na 8ª edição do Teste Público de Segurança dos Sistemas Eleitorais, o Teste da Urna 2025. Até esta sexta, 5/12, os participantes ocupam um ambiente montado no 3º andar da sede do TSE, em Brasília, para executar 35 planos de ataque que buscam identificar fragilidades e aprimorar os sistemas de votação, apuração e totalização que serão usados nas Eleições Gerais de 2026.
A iniciativa integra o ciclo permanente de desenvolvimento e auditoria da urna eletrônica, sendo considerada uma das principais ferramentas de fiscalização do processo eleitoral. O evento é acompanhado por instituições fiscalizadoras, observadores acadêmicos e imprensa, reforçando o compromisso da Justiça Eleitoral com a transparência e a integridade do sistema.
Entre os planos aprovados nesta edição, cinco pertencem a um grupo de pesquisadores de Juiz de Fora (MG), que tenta corromper uma das fontes do sistema da urna e substituí-la por outra, desenvolvida pela própria equipe.
“A gente trouxe um dado e vamos tentar substituí-lo por outro”, explica Rosângela Marques, 39 anos, que participa pela primeira vez da iniciativa e é uma das três mulheres investigadoras deste ano. Formada em Direito, ela destaca a importância da participação de especialistas de diferentes áreas: “Achei que não ia entender nada por não ser de TI, mas é importante que pessoas de outras áreas tenham acesso às informações sobre como a urna funciona. Até agora, pelo que a gente viu, é um sistema íntegro.”
A Universidade de São Paulo, que participa desde 2021, quando firmou com o TSE um Convênio de Pesquisa e Parceria, mantém projeto ligado ao Teste da Urna envolve atualmente ao menos um doutorando, quatro mestrandos e cerca de oito estudantes de iniciação científica, que utilizam resultados dos testes em pesquisas, dissertações e artigos. Uma tese de doutorado baseada em achados do programa deve ser defendida em 2026.
Esse convênio entre o TSE e a USP envolve quatro eixos principais, o teste da urna, com foco nos processos de transmissão e recepção de dados; o Projeto Eleições do Futuro, que estuda inovações para o sistema eleitoral; o desenvolvimento de logs transparentes, voltados à recontagem dos votos após a divulgação dos resultados; e ´propostas de verificabilidade fim a fim, que buscam permitir testes diretamente na urna usada na votação.

