Uma coalizão formada por mais de 230 organizações ambientais como Greenpeace e Amigos da Terra, enviou ao Congresso dos Estados Unidos uma carta pedindo a suspensão nacional da aprovação e construção de novos data centers, impulsionados pela indústria de inteligência artificial.
“A rápida expansão dos data centers nos Estados Unidos, impulsionada pelo boom da inteligência artificial generativa e das criptomoedas, representa uma das maiores ameaças ambientais e sociais de nossa geração. Essa expansão está aumentando rapidamente a demanda por energia, ampliando a poluição por combustíveis fósseis, pressionando os recursos hídricos e elevando as tarifas de eletricidade em todo o país. Tudo isso se soma aos impactos significativos e preocupantes que a IA já provoca na sociedade, incluindo perda de empregos, instabilidade social e concentração econômica”, diz o manifesto.
Os EUA concentram sozinhos metade dos data centers do planeta. Mas a expansão sofre objeções crescentes. No país, 16 projetos avaliados em US$ 64 bilhões foram bloqueados ou atrasados ao longo de 2025 por resistência local a aumentos tarifários e ao consumo de água dessas instalações.
A explosão de data centers para atender sistemas de IA concentra grande parte da queixa. O manifesto cita que os preços de eletricidade subiram 21,3% entre 2021 e 2024, e mais 13% ao longo deste 2025. Cerca de 80 milhões de estadunidenses enfrentam dificuldades para pagar contas de energia e gás.
O manifesto alerta que o projetado número três vezes maior de data centers nos próximos cinco anos consumiria eletricidade equivalente a 30 milhões de lares e água suficiente para 18,5 milhões de residências, usada no resfriamento dos equipamentos. Como no maior consumidor mundial 56% dessa energia vem de fontes fósseis, o setor poderia adicionar até 44 milhões de toneladas de CO₂ à atmosfera até 2030 — o equivalente a colocar 10 milhões de carros extras nas ruas.
Os grupos também citam riscos sociais, como a possível eliminação de empregos devido ao avanço da IA. “A IA pode eliminar metade de todos os empregos administrativos de nível inicial nos próximos cinco anos e elevar o desemprego geral em até 20%.”