Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 13, no AWS Summit São Paulo, Cleber Morais, diretor-geral da Amazon Web Services (AWS) no Brasil, apresentou o estudo “Desbloqueando o potencial da IA no Brasil”, encomendado pela Amazon Web Services (AWS) à Strand Partners. O executivo destacou que 40% das empresas brasileiras já utilizam inteligência artificial (IA) em seus negócios — índice acima do registrado no México (38%) e no Chile (35%), e próximo ao patamar europeu de 42%. “Esse percentual mostra o quanto estamos acelerando essa jornada e recolocando o Brasil no contexto de usar tecnologia como diferencial competitivo”, afirmou.
Segundo Morais, 95% das empresas que adotam IA registraram crescimento médio de 31% na receita, e 85% também projetam economia de custos. “Essa combinação de crescimento com eficiência operacional é transformadora e muda o patamar das empresas”, disse. Ele explicou que a maioria dos usuários no país (62%) está em estágios iniciais, com uso básico da tecnologia, como chatbots e assistentes de agendamento; 26% já integram a IA a múltiplas funções de negócio; e apenas 12% alcançaram o nível mais avançado, criando modelos próprios e sistemas personalizados.
As startups aparecem na linha de frente: 53% já utilizam IA, e 29% operam com aplicações avançadas. Para Morais, o cenário repete o observado na adoção da nuvem, quando empresas nascentes lideraram a inovação e inspiraram corporações tradicionais a seguir o caminho. Ele citou exemplos de transformação, como o da distribuidora de medicamentos Elfa, que, com solução desenvolvida em parceria com a AWS, reduziu de dez horas para dez minutos o tempo de resposta em cotações, ampliando a base de clientes e aumentando o faturamento em R$ 100 milhões.
Entre os obstáculos à adoção, Morais apontou a lacuna de habilidades técnicas, a incerteza regulatória e os custos percebidos. Para superar a barreira de qualificação, a AWS anunciou o compromisso de treinar gratuitamente um milhão de pessoas no Brasil até 2028, com cursos e certificações em português e programas segmentados por público, como pequenos empresários e estudantes. “Assim como democratizamos o acesso à nuvem, queremos democratizar o acesso à IA”, declarou.
O executivo acrescentou que os custos de utilização da IA já estão caindo e tendem a se reduzir ainda mais nos próximos anos, mas alertou que a tecnologia só entrega valor real quando aplicada para resolver problemas estratégicos e gerar vantagem competitiva. “Usar IA para ganhar 10% de eficiência não muda o negócio. É preciso aplicá-la para transformar, e isso começa entendendo a dor do cliente e trabalhando de trás para frente”, concluiu.
Caso de uso
A startup Base39, especializada em tecnologia para o setor financeiro, adotou soluções de IA generativa oferecidas pela AWS para automatizar e transformar o processo de avaliação de crédito. Os resultados foram expressivos: os custos de análise caíram 96% e o tempo de decisão passou de três dias para menos de uma hora. Também houve redução dos gastos com infraestrutura (84%) e com desenvolvimento (75%).
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“Usamos a IA generativa para interpretar balanços, contratos e extratos automaticamente para gerar uma análise de crédito precisa. Um trabalho que antes demandava dias de um especialista. Dessa maneira, obtemos uma análise profunda e contextualizada para apoiar decisões seguras e direcionadas para cada cliente”, diz Bruno Nunes, CEO da Base39.
“É preciso, agora, que as grandes corporações criem estratégias abrangentes de IA, ou seja, roteiros descrevendo como irão alavancar a inteligência artificial, para que o impacto da tecnologia no crescimento do país e na inovação atinja todo seu potencial”, avalia Morais. “Na AWS, estamos comprometidos em acelerar esta jornada de maturidade, fornecendo não apenas a tecnologia, mas também o conhecimento e o suporte necessários para que empresas de todos os tamanhos possam avançar na escala de sofisticação da IA.”
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