Anatel desativa antenas usadas para golpes por SMS

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vem intensificando as ações contra antenas falsas utilizadas para golpes via SMS, principalmente em São Paulo, local onde esse tipo de crime mais ocorre.

Em 2025, cinco antenas já foram desativadas somente na região da capital paulista, espalhadas por bairros considerados de alto poder aquisitivo e grande concentração de pessoas, como Bela Vista, Paraíso, Moema, Campo Belo e Pinheiros.

Segundo a Anatel, uma única antena falsa pode disparar mais de 100 mil mensagens em um dia e alcançar aparelhos em um raio de 2 km.

O teor das mensagens está sempre relacionado a empréstimos realizados ou compras aprovadas em cartão de crédito, questionando se a pessoa que recebeu a mensagem fez ou não a operação.

Os textos chegam com tom de urgência, utilizando nomes de bancos e empresas conhecidas do mercado, até mesmo de programas de recompensas, solicitando que a pessoa entre em contato com um número da central ou clique em um link.

Apesar de parecer amadora, a tática dos criminosos é bem organizada, com conhecimento técnico e recursos financeiros para aplicação do golpe.

Os praticantes do crime alugam apartamentos em andares altos, em regiões bem localizadas de São Paulo, instalam uma estação rádio base (ERB) e a conectam a uma pequena antena, semelhante àquelas fixadas em torres de telefonia.

Com um notebook e um programa de disparo de mensagens, essas antenas “sequestram” os celulares, fazendo com que os aparelhos das vítimas fiquem conectados a essa estrutura e aptos a receber os SMSs.

Em alguns casos, as operadoras identificam interferências causadas pelos equipamentos ilegais e comunicam à Anatel, que realiza a localização da antena com ferramentas como o Drive Test e analisadores de espectro para rastrear a origem do sinal.

Segundo a Polícia Civil, criminosos chegam a contratar pessoas para instalar uma estrutura semelhante em carros, pagando o equivalente a R$ 1 mil por semana, para circular por vias congestionadas da capital paulista para aplicar o golpe.

A Anatel acredita que há envolvimento do crime organizado na prática, com atuação não só em São Paulo, mas também em cidades do interior, como Campinas, Guarulhos e outras grandes cidades do estado.

Em todos os casos em que a polícia chegou ao local com a Anatel, os apartamentos com as antenas estavam vazios.

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