Poucos ficaram sabendo, mas o Brasil superou recentemente um marco na indústria de tecnologia nacional, com a criação do primeiro aplicativo 100% nacional para controle de calcinhas vibratórias.
A novidade vem da Good Vibres, uma marca de produtos eróticos (ou de “bem estar sexual”), com uma ampla gama de vibradores, géis e as tais calcinhas vibratórias.
Uma calcinha vibratória nada mais é do que uma calcinha com um aparelho vibrador localizado num ponto X (talvez fosse melhor chamar de um “ponto G”) que pode ser controlada a distância.
Os leitores do Baguete são crescidinhos e podem imaginar as possibilidades abertas por essas funcionalidades.
O controle da intensidade da vibração pode ser feito por Bluetooth com um controle remoto no formato de uma chave de carro, ou, como não, por meio de um aplicativo de qualquer lugar do mundo.
O interessante é que esse aplicativo até agora era fornecido pelas fabricantes das calcinhas.
O problema é que eles incluem normalmente propaganda e também acesso a conteúdos pornográficos, como lives com garotas de programa.
“Isso faz com que principalmente as mulheres que estão num relacionamento se sintam inseguras de pedir para os namorados ou namoradas baixarem e usarem o app”, resume Isabela Cerqueira, CEO e fundadora da empresa.
De acordo com Cerqueira, o aplicativo feito pela empresa visa ser 100%, não permitindo tirar print das ligações de vídeo.
“Outro diferencial em relação ao que o mercado oferece é que, se duas parceiras tiverem cada uma sua calcinha, elas poderão controlá-las ao mesmo tempo, uma a da outra, usando o app”, destaca Cerqueira.
O app tem a identidade visual da Good Vibres e a intenção é que ele funcione também com outros “toys” exclusivos da empresa.
Cerqueira, formada em Engenharia de Produção, fundou a Good Vibres em 2020, com uma experiência profissional relativamente curta, depois de sair da L’Oreal, onde trabalhou na área de logística.
Hoje, a empresa já vendeu 100 mil vibradores, os mais caros deles na faixa dos R$ 500. Das tais calcinhas vibratórias com aplicativo nacional, já foram vendidas 2 mil, por R$ 449.
No Brasil, o setor movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano, com projeção de crescimento anual de 8% até 2028, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Portal Mercado Erótico no final de 2024.
Dentro disso, os vibradores são uma das categorias de produto que mais crescem, representando 24,8% do total de vendas em sexshops.
O aumento é uma conjunção de fatores, no qual tem um papel a atitude mais desinibida em relação ao tema de estrelas como a cantora Anitta, ou o período de isolamento durante a pandemia (em 2021, as vendas de vibradores aumentaram 50%).