Com o Brasil na mira do governo americano de Donald Trump, o país vem registrando uma ofensiva de ataques cibernéticos vindos dos Estados Unidos, com uma alta de 30% na última semana.
Esses dados foram divulgados pela TI Safe, empresa especializada em segurança cibernética, ao site Brazil Economy.
A companhia lida constantemente com tentativas de ataque vindas de lugares como Rússia, China e Israel, mas vê um aumento considerável partindo do solo americano, principalmente em setores estratégicos da economia brasileira.
Os principais alvos são sistemas ciberfísicos, como empresas de rede de energia, siderúrgicas, plataformas petroquímicas, usinas, sistemas de saneamento e, claro, o Supremo Tribunal Federal (STF).
A TI Safe cita os ataques recentes que foram divulgados pela imprensa a companhias como Copel, Light, Cemig e EDP.
Nos últimos três meses, o STF detectou cerca de 752 milhões de tentativas de invasão ao seu site e sistemas eletrônicos, todas bloqueadas pelas ferramentas de segurança do Tribunal.
Desde o começo do ano, a segurança cibernética do órgão registrou mais de 280 mil alertas, sempre com comportamentos suspeitos, como tentativas repetidas de adivinhar senhas ou presença de vírus.
Muitos desses ataques ocorreram por meio de robôs e, em várias situações, simularam acessos simultâneos com o intuito de sobrecarregar o sistema de informática para retirá-lo do ar.
Segundo a TI Safe, esses ataques são motivados por política, ideologia e pelas constantes polarizações que ocorrem no mundo, dando origem a fenômenos como o ativismo digital, conhecido como hacktivismo, quando grupos tentam derrubar sistemas associados a projetos polêmicos e situações de conflito entre países.
Em outros casos, os ataques têm interesse financeiro e são realizados por meio do uso de ransomwares, softwares maliciosos sequestram dados e sistemas, criptografam informações e só as liberam mediante pagamentos milionários.
O Instituto Brasileiro de Cibersegurança (IBSEC) divulgou um estudo apontado pelo relatório anual The State Global Cyber Security 2025, que indica um crescimento de 44% nos ataques cibernéticos no mundo.
No documento, destacam-se o avanço técnico de práticas como infostealers, uso de inteligências artificiais generativas em campanhas maliciosas e o fortalecimento do modelo ransomware como serviço (RaaS).
O relatório ainda aponta que grande parte dos ataques é facilitada por vulnerabilidades em dispositivos de borda, como roteadores, VPNs e gateways corporativos, o que reforça a necessidade de constantes atualizações e investimentos para tornar o ambiente seguro.