CIOs devem agir diante de riscos ocultos da GenAI, alerta Gartner

O Gartner identificou riscos pouco visíveis na adoção da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) que podem comprometer projetos corporativos nos próximos anos. Segundo a consultoria, esses pontos cegos podem definir a diferença entre empresas que escalam a tecnologia de forma segura e aquelas que enfrentarão impactos operacionais, atrasos ou falhas estruturais.

A consultoria aponta que a rápida expansão da GenAI ocorre em um ambiente marcado pelo uso crescente de ferramentas não autorizadas. Pesquisa do Gartner com 302 líderes de segurança mostra que 69% das organizações suspeitam ou já têm evidências de uso de GenAI pública proibida por colaboradores. A previsão da empresa é que, até 2030, mais de 40% das organizações enfrentarão incidentes de segurança ou conformidade relacionados à shadow AI.

Outro fator citado é a formação de dívida técnica associada à produção acelerada de códigos, conteúdos e artefatos gerados por IA. O Gartner estima que, até 2030, metade das empresas terá atrasos em atualizações ou aumento de custos de manutenção por não controlar adequadamente essa dívida acumulada.

A consultoria também destaca o avanço de exigências de soberania tecnológica. A previsão é que, até 2028, 65% dos governos adotem requisitos de soberania de dados ou modelos, o que pode impor restrições ao compartilhamento transfronteiriço e impactar a implementação corporativa de IA.

O relatório indica ainda que a dependência crescente de sistemas automatizados pode reduzir competências humanas essenciais em processos críticos. Segundo o Gartner, o risco de erosão de habilidades tende a surgir de forma gradual, dificultando a detecção até que a organização enfrente dificuldade para operar sem o suporte da IA.

Outro ponto citado é a dependência de fornecedores, intensificada pela adoção de plataformas únicas para acelerar projetos de GenAI. A consultoria afirma que modelos, dados e fluxos de trabalho podem ficar presos a APIs e ferramentas específicas, limitando a capacidade de migração ou negociação das empresas no futuro.

As conclusões fazem parte da análise “Generative AI’s Invisible Undercurrents: 10 Blind Spots CIOs Aren’t Watching but Should”, que orienta líderes de TI a incorporar avaliação de risco desde as fases iniciais dos projetos e a revisar continuamente políticas, processos e arquiteturas envolvidos no uso corporativo da IA generativa.

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