Um engenheiro de software indiano admitiu ter trabalhado secretamente em vários empregos ao mesmo tempo em diversas companhias do Vale do Silício, recebendo ofertas de até US$ 200 mil por ano antes de sequer entregar suas demandas.
O esquema de Soham Parekh foi revelado pelo ex-CEO da Mixpanel, do mercado de business analytics, que acusa o profissional de enganar empresas financiadas pela aceleradora Y Combinator.
Segundo o portal Fortune, os fundadores das startups afirmam que o desenvolvedor se saía muito bem nas entrevistas de emprego, falsificando credenciais. Quando finalmente era contrato, dava desculpas quando era questionado sobre seu baixo rendimento e desaparecia.
Ao todo, levou um ano para que o golpista fosse desmascarado publicamente, período no qual permaneceu mirando em outras companhias.
O executivo afirmava possuir um diploma pelo Georgia Institute of Technology, mas a instituição diz não ter nenhum registro de matrícula de uma pessoa com esse nome.
“Não tenho orgulho do que fiz. Também não é algo que eu recomendo. Mas ninguém gosta de trabalhar 140 horas por semana, eu precisei fazer isso por necessidade”, admitiu Parekh em uma entrevista ao programa TBPN.
Arkadiy Telegin, cofundador da startup de IA Leaping AI, contou que o golpista “arrebentou” em sua entrevista. Na ocasião, a empresa ofereceu um salário base entre US$ 160 mil e US$ 200 mil por ano, além de participação acionária entre 0,7% e 1,1%.
De acordo com o empresário, “ele produzia e escrevia código, mas era incrivelmente lento. Sempre tinha uma desculpa. Uma enchente, falta de energia, depois o conflito Índia-Paquistão, mesmo morando longe da área do conflito”, relatou Telegrin.
O executivo acreditava que Parekh estava apenas fazendo trabalhos freelancer, então decidiu começar a pagá-lo para garantir sua dedicação exclusiva até que assinasse o contrato de tempo integral.
Todos os fundadores entrevistados pela Fortune disseram ter ouvido sobre múltiplos outros casos em que o indiano mantinha mais de um emprego ao mesmo tempo, alguns remontando a três anos.
O desenvolvedor também teve uma breve passagem pela Meta em 2021. A empresa não respondeu ao pedido de comentário da Fortune.
