Durante coletiva no Proofpoint Protect 2025, em Nashville, Ryan Kalember, Chief Strategy Officer da Proofpoint, fez um paralelo entre a adoção da inteligência artificial e momentos históricos da tecnologia, como a chegada da internet. Segundo ele, assim como a conexão em rede transformou sistemas antes isolados em alvos globais, a incorporação massiva da IA está criando uma nova superfície de risco para empresas. “Organizações estão sendo empurradas, gostem ou não, a adotar inteligência artificial. CEOs, conselhos e diretores estão desenhando planos financeiros com base nela”, afirmou.
Kalember alertou que os agentes de IA ampliam vulnerabilidades já conhecidas: se os humanos já são alvos fáceis de engenharia social, as máquinas se mostram ainda mais suscetíveis. Ele citou casos em que assistentes como Copilot e Gemini foram manipulados por comandos invisíveis em e-mails, capazes de acessar dados de forma indevida. “Esses ataques são rápidos, eficazes e exploram justamente o que torna a IA útil: a capacidade de executar instruções em escala”, explicou.
Para o executivo, a corrida pela adoção ocorre mais rápido do que os times de segurança conseguem reagir, muitas vezes sem participação das equipes de proteção nos processos de decisão. Ele destacou que essa desconexão entre segurança e inovação expõe empresas a riscos inéditos, sobretudo porque a IA depende de acesso a bases de dados antes restritas a administradores e sistemas internos. “Ao disponibilizar informações para um agente, elas passam a estar acessíveis a qualquer um que consiga interagir com ele. É uma mudança profunda”, ressaltou.
Apesar dos desafios, Kalember mostrou otimismo. Para ele, a escalabilidade dos agentes também pode ser usada a favor da defesa, permitindo automatizar tarefas repetitivas e liberar profissionais para decisões mais estratégicas. “Pela primeira vez em muito tempo, vejo a possibilidade de termos um futuro mais seguro do que o passado. Os atacantes também se beneficiam dessas ferramentas, mas temos condições de avançar na mesma velocidade”, concluiu.
