Um recente estudo do Boston Consulting Group (BCG) revela que a inteligência artificial generativa (GenAI) tem o potencial de otimizar significativamente as implementações e migrações de soluções ERPs. A pesquisa, intitulada “GenAI Can Revolutionize ERP Transformations“, estima que a adoção da tecnologia pode reduzir o esforço total destes programas em 20% a 40%, tornando-os mais rápidos, eficientes e estrategicamente mais adequados.
Uma das etapas nas quais a GenAI pode ter impacto mais relevante é na coleta de requisitos, permitindo a redução do tempo gasto nessa atividade, geralmente manual e propensa a erros, em 30% a 60%. Além disso, combinada com ferramentas de mineração de processos, a tecnologia é capaz de gerar insights importantes, com análises mais aprimoradas e obtidas de forma 20% a 40% mais rápida.
Ao mesmo tempo, a tecnologia pode contribuir com a migração de dados, um dos maiores desafios em uma transformação de ERP. O levantamento aponta que a GenAI pode ajudar a otimizar esse processo, pois pode reduzir o tempo de preparação e mapeamento de dados em 20% a 30% e garantir que a limpeza e o mapeamento sejam concluídos com alto padrão de qualidade.
“É possível que, dentro de cerca de três anos, a aceleração da GenAI permitirá que as empresas implementem soluções ERP avançadas até cinco vezes mais rápido do que com os métodos tradicionais (mesmo os ágeis). A simplificação da implementação e do suporte devem permitir, inclusive, a coexistência de múltiplas soluções ERP em uma mesma organização, com soluções mais específicas por área e/ou segmento de negócio. Para isso, no entanto, as empresas precisam se preparar adequadamente, garantindo que as definições de seus processos de negócios, suas escolhas de soluções ERP, e o dimensionamento das equipes estejam adequados para suportar as capacidades da GenAI”, afirma Roberto Penido, diretor do BCG.
A GenAI também pode contribuir com a missão de capacitar usuários, podendo reduzir o tempo de treinamento e integração de novos membros da equipe em 50% a 60%, quando comparado com os métodos tradicionais de aprendizado. Ao mesmo tempo, ajuda a reduzir o esforço de suporte após a implementação do ERP, por exemplo, ao diminuir em 60% as tarefas de suporte que precisam de assistência manual, liberando recursos humanos para lidar com questões mais estratégicas da implementação.
“O desafio imediato das empresas é ir além das abordagens tradicionais de gerenciamento de projetos, para criar uma mentalidade GenAI-first, que integre as capacidades da inteligência artificial generativa ao longo do ciclo de vida da transformação do ERP. O verdadeiro valor da GenAI não nasce de buscar benefícios rápidos com baixo esforço; ele só pode ser obtido a partir da implantação consistente dessa tecnologia, por meio de iterações contínuas impulsionadas por insights de IA, que melhorem a tomada de decisões em todas as fases”, completa Penido.
O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.
