Gov.br vai usar assinatura digital com computação pós-quântica ainda este ano

O Brasil será um case mundial no uso da computação pós-quântica ainda em 2025. Sem adiantar maiores detalhes, o CEO da multinacional de segurança da informação, Kryptus, Roberto Gallo, disse que ainda este ano, as assinaturas digitais do Gov.br, plataforma de serviços do governo federal, serão com computação pós-quântica. “É um caso para antecipar o mundo. A proposta é dar segurança efetiva aos dados dos brasileiros”, antecipa. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a VoxData Technology, especializada em transformação digital.

Na entrevista ao CD Cast, do portal Convergência Digital, Roberto Gallo, afirmou ainda que o Brasil não está preparado para a computação pós-quântica e para a computação quântica, estimada para ser comercial a partir de 2029/2030. Segundo ele, mesmo no setor financeiro, 90% dos players ainda não se atentaram do tsunami que está por vir. “Tudo que se conhece de criptografia vai mudar”, adianta.

Indagado sobre o impacto da Inteligência Artificial, Gallo diz que a tecnologia não altera a área de criptografia, mas mexe e muito na parte de testes benignos ou não na segurança da informação. “A IA mexe com o humano na segurança da informação. Os agentes IA chegaram. E eles têm uma escala muito maior do que a nossa de atuar. O modelo de segurança de hoje, coordenado por pessoas, vai ser feito por agentes IA. Aqui as pessoas vão perder vez para os agentes IA”, preconiza.

Com relação ao estágio de segurança da informação no Brasil, Gallo diz que o mercado público e privado incrementou a percepção sobre riscos, mas ainda temos setores mais bem preparados e outros que ignoram todos os riscos. “A nossa cultura é muito permissiva com a segurança. Nós somos mais relaxados e isso se reflete na legislação e na aplicação de uma penalidade”, lamenta.

O CEO da Kryptus admite que a Lei Geral de Proteção de Dados fez as empresas se mexerem. Diz ainda que o Brasil não peca por falta de talentos. Mas cobra uma melhor coordenação estratégica. “Não há um responsável de última instância responsável pela segurança cibernética. Cada um fala por si. E A Agência Cyber, que seria ótima, também está sendo desenhada para não cobrir tudo. Ela tem lacunas. Precisamos de unidade”, adverte.

Gallo lamenta ainda o fato de o Brasil não incentivar a inovação. Segundo ele, o Brasil tributa o custo e não o lucra. E isso prejudica as empresas que querem inovar. “Entre uma ideia e um produto há um espaço de dois, três e cinco anos. E o custo de capital para fazer inovação é muito alto. O custo de capital e sistema tributário é um grande desmotivador da inovação no Brasil”, denuncia.

O CEO da Kryptus aproveita o CD Cast com o Convergência Digital para explicar o porquê de computação pós-quântica acontecer antes da própria computação quântica. “Tudo se resume ao tempo de vida do algoritmo”. Assista a íntegra da entrevista com o CEO da Kryptus, Roberto Gallo.

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