A companhia aérea Aeroflot sofreu nesta segunda-feira, 28, um ciberataque que causou o cancelamento de dezenas de voos na Rússia.
Um grupo de hackers chamado Silent Crow reivindicou a autoria da invasão em conjunto com um grupo bielorusso denominado Cyber Partisans BY. Ambos alegam a guerra na Ucrânia como motivação.
De acordo com informações do site da CNN, os painéis de embarque do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, começaram a ficar vermelhos devido ao cancelamento de voos minutos após o incidente.
Sem dar maiores detalhes sobre o ataque, a companhia apenas informou que cerca de 50 voos foram afetados, a maioria em viagens dentro da Rússia e algumas rotas para Minsk, capital da Bielorrússia, e Yerevan, capital da Armênia.
Os grupos hackers, que não apresentaram provas, apontaram que a invasão foi realizada na rede da Aeroflot e ocasionou a destruição de 7 mil servidores. Além disso, eles afirmam ter assumido o controle de computadores pessoais dos funcionários e até da gerência.
Agora, os criminosos ameaçam começar a divulgar dados pessoais de todos os clientes russos que já voaram pela Aeroflot.
O Silent Crow assumiu a responsabilidade por alguns ataques realizados neste ano, como o do banco de dados imobiliário russo, uma empresa estatal de telecomunicações, uma seguradora, o departamento de TI do governo de Moscou e o escritório russo da montadora sul-coreana KIA.
Já o Belarusian Cyber Partisans atua desde 2020 contra o governo bielorusso de Lukashenko, com invasões à mídia estatal bielorrussa, roubos de dados policiais e a uma companhia de transporte de cargas, a Belarusian Airway.
Um porta-voz dos Cyber Partisans disse à Reuters que o grupo opera a partir dos Estados Unidos e possui cerca de 30 membros, a maior parte atuando fora da Bielorrússia.
O governo russo instaurou uma investigação e apontou os ataques como preocupantes. Já a companhia aérea informou que especialistas estão trabalhando para minimizar o impacto na programação dos voos e restabelecer a normalidade dos serviços.
A Aeroflot é considerada uma das 20 maiores empresas aéreas do mundo em número de passageiros, mesmo com as sanções ocidentais. Só em 2024, transportou mais de 55 milhões de pessoas.