A Huawei Cloud realizou nesta terça-feira (4) o Huawei Cloud Summit Brasil 2025, reforçando sua presença estratégica no disputado mercado brasileiro e latino-americano de data center e serviços de nuvem. Durante o encontro, a companhia anunciou três novos serviços baseados em Inteligência Artificial (IA) e confirmou a implantação de uma segunda instância de nuvem no Brasil, prevista para entrar em operação em meados de 2026.
A nova infraestrutura é apoiada no cluster de supercomputação CloudMatrix 384, que combina 192 CPUs Kunpeng e 384 chips Huawei Ascend 910C, oferecendo até 300 PetaFLOPS de poder computacional para dados em formato BF16. Segundo a empresa, essa arquitetura foi projetada para suportar os crescentes volumes de dados gerados por aplicações de IA generativa, modelos de linguagem de grande escala e serviços inteligentes de nuvem.
Entre os lançamentos, o AI Token Service é o primeiro destaque. A solução foi desenvolvida para “abstrair a complexidade técnica” da IA permitindo que empresas acessem resultados de inferência de forma direta e otimizada, sem necessidade de dominar a engenharia de modelos ou o gerenciamento de GPUs. Na prática, o serviço transforma o processamento de IA em um recurso sob demanda, democratizando o acesso a modelos de alto desempenho.
Outro lançamento, o Versátil (Versatile), é uma plataforma de agentes inteligentes de IA que promete simplificar a criação de assistentes corporativos personalizados. A ferramenta permite que organizações desenvolvam agentes baseados em documentos, planilhas e dados internos, reduzindo o tempo e o custo de implementação. O Versátil estará disponível no Brasil entre janeiro e março de 2026, marcando uma nova etapa da estratégia global da Huawei para agentes de IA.
Essas soluções serão suportadas pelo Huawei Cloud Stack 8.6, a mais recente versão da infraestrutura local da companhia. A atualização inclui oito melhorias principais, como suporte a clusters com até 50 mil pods, nova arquitetura distribuída para bancos de dados GaussDB, otimizações em engenharia de dados e modelos, e recursos aprimorados de segurança.
Durante o evento, a Huawei também reforçou seu compromisso com um ecossistema de nuvem aberto, confiável e eficiente. Segundo os executivos, a empresa busca evitar o chamado lock-in — prática em que clientes ficam presos a sistemas proprietários — e aposta em uma política de tecnologia aberta e interoperável, que favorece o modelo multicloud e híbrido.
A Huawei também destacou os avanços na integração entre data centers tradicionais, centros de nuvem e centros de IA, ressaltando que o setor movimentou cerca de US$ 3,24 bilhões em 2025, impulsionado pela transição para ambientes híbridos e pela crescente importância dos dados como ativos estratégicos.
Com essas iniciativas, a Huawei Cloud pretende consolidar-se como o principal hub de inovação em IA e nuvem na América Latina, apoiando o avanço da transformação digital em diversos setores — da indústria e energia até finanças, varejo e administração pública.


