IA brasileira do Google vem de Goiás

Goiás, um estado que não costuma aparecer com destaque no cenário de tecnologia brasileiro, entrou em cena com estrondo: o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás é um dos atores-chave por trás do lançamento do GAIA, um modelo avançado de Inteligência Artificial (IA) de código aberto do Google, especialmente aprimorado para o português do Brasil.

O CEIA, fundado na UFG em 2019, tem entre seus integrantes Celso Camilo e Sávio Teles, dois nomes de peso no cenário acadêmico, que lideraram o projeto com o Google.

Camilo é um acadêmico com 15 anos de casa, que já deu aulas na prestigiada Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, além de ter sido secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Goiânia.

Teles se tornou professor na federal goiana em 2023, vindo da JusBrasil, uma das maiores empresas de informações para a área jurídica do país, onde era head de dados. O profissional também foi head de produto na GoGeo, uma empresa goiana especializada em localização, na qual entrou como estagiário em 2008.

“Espera-se que o GAIA beneficie indústrias e o desenvolvimento de tecnologia no país, permitindo que organizações brasileiras apliquem IA de acordo com suas necessidades específicas”, afirma Camilo.

Atualmente, o CEIA conta com mais de 800 especialistas da área de IA, desenvolve mais de 60 projetos e atende mais de 50 organizações no Brasil e em outros países.

Algumas das maiores organizações escolhidas para testar o novo modelo como “parceiras estratégicas” são também de Goiás, incluindo o Tribunal de Contas do Estado, que trabalha na detecção de similaridade de processos, e o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás, que quer auxiliar na extração de informações e fiscalização de editais.

Outras empresas envolvidas são a Unimed Fesp, além da BeNext e da BHub, duas empresas com soluções para atendimento ao cliente, e o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).

Além da UFG, também estiveram envolvidas na criação do GAIA as startups Amadeus AI e Nama.

A Amadeus AI ainda não completou seu primeiro ano de atuação, mas já foi selecionada para participar do Global Generative AI Accelerator, programa híbrido focado na aceleração de soluções de IA generativa da AWS.

A empresa tem por trás dois nomes conhecidos: André Borsoi, cofundador da Pegue Fretado e da Letz, aplicativos de transporte focados no público empresarial; e Marcellus Amadeus, um dos fundadores da Alana, uma startup bem-sucedida na área de IA para experiência do consumidor.

A Nama é uma plataforma de chat para robôs de atendimento, com clientes de peso como Bradesco, Magazine Luiza, Kroton e o Grupo Pão de Açúcar. O CEO é Rodrigo Scotti, que está envolvido no mundo de IA desde 2011, quando fundou sua primeira startup na área.

Tanto Scotti quanto Amadeus estão envolvidos na Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA), que também participou do projeto GAIA.

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