Os investimentos em inteligência artificial entraram em uma “fase de ajustes”, segundo apontou Marcelo Flores, Gerente Geral da IBM Consulting Brasil, ao conversar sobre a onda tecnológica durante a Febraban Tech 2025. Segundo ele, após um período de adoção acelerada e, em alguns casos, precipitada da IA, as empresas, agora, buscam maior maturidade na implementação de projetos.
Flores comparou o atual momento a uma “briga de bar” por IA, em que departamentos se sentiam pressionados a adotar a tecnologia sem uma análise estratégica. “Todo mundo investindo e investindo, e agora o pessoal pensa: ‘Peraí, será que investi corretamente? Será que precisava mesmo de IA aqui, ou era só automação ou analytics?’”, questionou.
Para o executivo, a disrupção sem precedentes causada pela IA – maior do que qualquer outra tecnologia das últimas décadas – levou a uma adoção acelerada, mas agora as empresas estão reduzindo o ritmo para avaliar onde de fato a tecnologia traz retorno financeiro e redução de riscos. “Botar IA onde não é necessário aumenta a exposição da empresa a desafios como vazamento de dados ou custos desnecessários”, alertou.
O gerente da IBM destacou que a discussão sobre IA precisa ir além da tecnologia em si e focar em como ela gera valor para os negócios. Flores ilustrou com casos práticos: no varejo e em bancos, a IA pode aprimorar a relação com o cliente, impulsionando vendas de crédito ou fidelização; no setor industrial, o foco deve estar na automação de processos para redução de custos; enquanto na segurança digital, a tecnologia serve para reforçar as estruturas de proteção já existentes. “IA gera valor quando ataca o ‘core’ do negócio – seja reduzindo custos, aumentando receita ou melhorando indicadores como NPS”, resumiu de forma objetiva. Assista a íntegra da entrevista com o gerente geral da IBM Consulting no Brasil, Marcelo Flores.
