Inep aposta em inteligência artificial para analisar dados de 50 milhões de alunos

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem intensificado o uso de inteligência artificial e tecnologias analíticas para tratar o enorme volume de dados da educação brasileira. A estratégia foi destacada por Fernando Szimanski, diretor do Cetic do Inep, em entrevista à Convergência Digital durante o SAS Innovate Tour 2025.

Segundo ele, apenas o Enem gera, anualmente, dados de mais de 5 milhões de participantes — o que soma cerca de 10 milhões de registros quando considerados todos os exames aplicados. Esse material alimenta bases, estudos e indicadores usados na formulação e no subsídio a políticas públicas. “A produção dessas bases e desses estudos utiliza os dados do Enem para subsidiar os gestores na formulação de políticas públicas no Brasil”, afirmou.

Com mais de 85 anos de existência, o Inep é responsável por guardar o maior acervo histórico de informações sobre a educação nacional. O desafio agora é avançar na digitalização e no uso de inteligência artificial para gerar análises preditivas. “Conseguimos, por exemplo, avaliar padrões de abstenção nos exames e identificar estratégias para reduzi-las”, explicou Szimanski.

O diretor lembrou ainda que o Censo Escolar do Inep é o maior do mundo, pois o Brasil é o único país que coleta dados de todas as escolas, abrangendo mais de 50 milhões de estudantes. “Através dessa coleta conseguimos produzir informações estratégicas e, com inteligência artificial, transformar esses dados em insights para apoiar a formulação de políticas”, acrescentou.

Além dos exames e do censo, o Inep lida com milhões de documentos administrativos e logísticos, muitos ainda em papel, que também estão sendo digitalizados. A meta é utilizar tecnologias de análise de dados não estruturados para tornar esse acervo útil na tomada de decisão.

“Estamos trabalhando para estruturar melhor os dados que já temos e ampliar sua aplicação. O uso de inteligência artificial abre inúmeras possibilidades para apoiar a educação brasileira”, concluiu Szimanski.

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