A Ingram Micro, uma das maiores distribuidoras de tecnologia do mundo, está reforçando sua oferta de nuvem no Brasil por meio de um acordo com a Oracle.
A empresa vai distribuir as soluções Oracle Cloud Infrastructure (OCI), plataforma de nuvem da Oracle, por meio das suas revendedoras e integradores, além de ser autorizada a atuar no setor público.
Vendas para o governo envolvem outras regras, especificadas pela Oracle no chamado PSA (Public Sector Addendum).
A Ingram já revende Oracle no Brasil há mais de 20 anos, mas o acordo é um passo significativo para reforçar a presença da empresa no mercado de nuvem e no governo, um grande comprador.
“Essa certificação representa um importante diferencial competitivo, especialmente por nos permitir atuar tanto no setor privado como em oportunidades do setor público”, afirma Roberto Gero, diretor de Produto da unidade de Soluções Avançadas da Ingram Micro Brasil.
A Oracle ainda é considerada um player de nicho no mercado de nuvem, longe da dominância da trinca Google Cloud, AWS e Azure, mas a empresa vem crescendo num ritmo acelerado nesse campo.
A receita oriunda da nuvem deve crescer 40% no ano fiscal 2026, um salto frente aos 24% do ano anterior(no último ano fiscal, a líder AWS cresceu 19%).
A Ingram, por sua parte, já tem acordos fechados com duas das três líderes de mercado.
Em abril, a empresa anunciou um acordo com o Google Cloud para a América Latina.
O primeiro foi com a AWS, ainda em 2019. Em abril deste ano, foi a vez do Google Cloud. No meio tempo, em 2021, a Ingram comprou a BRLink, uma empresa brasileira especializada em serviços gerenciados na nuvem da AWS.
Flávio Moraes, o atual diretor executivo da Ingram Micro no Brasil, foi promovido também em 2021, vindo justamente da área que trabalha para bombar cloud dentro da distribuidora.
Ele tinha três anos de casa e veio da Claro, onde era diretor do negócio de cloud e soluções digitais. Ele também foi gerente geral de produtos cloud, TI, segurança e MSS na Embratel, onde passou 13 anos.
CONTEXTO
As grandes empresas de distribuição como a Ingram, nascidas no mundo do software “de caixinha” e do modelo de licenciamento, estão faz tempo tentando acertar a passada no novo mundo da computação em nuvem.
Não é uma tarefa fácil. O fluxo de caixa muda, as margens são mais estreitas e players como o Google Cloud e AWS estão aprendendo a trabalhar com o mundo da distribuição (bem diferente da Oracle, nesse caso).
Não só a Ingram está se mexendo. A TD Synex, principal concorrente em nível mundial, fechou um acordo de distribuição com o Google Cloud no Brasil em 2023 e no ano passado comprou a área de computação na nuvem da carioca IPsense.