Inteli conta com bilionários para virar “MIT brasileiro”

O Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), faculdade de tecnologia sediada em São Paulo, quer se tornar referência em educação tecnológica com fins filantrópicos e transformar-se em uma espécie de MIT brasileiro.

Para isso, a instituição criada por Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, e André Esteves, presidente do conselho do banco, conta com doadores e famílias bilionárias para subsidiar bolsas a estudantes que não tenham condições de arcar com os estudos.

Entre esses apoiadores, estão o grupo Gerdau, Alexandre Behring, um dos sócios da 3G Capital, e Rubens Menin, dono da MRV, com seus nomes gravados em uma placa de metal na entrada da faculdade.

Para ser equiparado ao MIT, o Inteli quer investir em “talentos com mentes brilhantes”, que merecem fazer parte da instituição e estejam alinhados com os valores de seus apoiadores e doadores.

A seleção ocorre em um formato diferente dos vestibulares tradicionais. Os candidatos realizam prova de lógica e matemática e, posteriormente, passam por uma avaliação do histórico de vida e das atividades extracurriculares realizadas.

Em uma próxima etapa, os candidatos participam de uma dinâmica de grupo para avaliar a capacidade de comunicação, colaboração e pensamento crítico. Os aprovados são chamados para a inscrição.

Aqueles que não tiverem condições de arcar com os custos fazem a inscrição no programa de bolsas, onde podem receber ajuda com mensalidade, moradia, alimentação e transporte, dependendo da análise individual.

Hoje, a mensalidade do Inteli gira em torno de R$ 7,5 mil, com taxa de matrícula de R$ 2.250.

A instituição tem atualmente 620 estudantes matriculados nos cinco cursos de graduação: Engenharia de Computação, Engenharia de Software, Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Administração com foco em tecnologia.

Por ano, 160 alunos são aprovados e aproximadamente 80 são bolsistas. 

Segundo Maíra Habimorad, CEO do Inteli, em entrevista ao site Bloomberg Línea, a instituição tem 308 bolsistas beneficiados por 363 doadores, dos quais 231 são empresas, 29 fundações e 100 pessoas físicas.

Cada bolsa sai, em média, por R$ 125 mil por ano e a graduação completa custa cerca de R$ 500 mil. Somente o BTG Pactual cobre os custos de 50 alunos por ano, com investimentos que podem chegar a R$ 10 milhões anuais.

Sem revelar os valores atuais, o Inteli conta que somou cerca de R$ 85 milhões em doações até junho de 2023.

A longo prazo, sua meta é superar, em formação e qualificação, a Universidade de São Paulo (USP), que formou em 2023 um total de 236 alunos nos cursos de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a Unicamp, com 98 formados, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, com 48.

Criado em 2019, o Inteli está sediado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e conta com capacidade para comportar até 960 alunos.

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