“O incidente de segurança da F5 é tão grave quanto você pensa. Não se engane, a violação é um alarme claro para a segurança nacional”, assim definiu Bob Huber, Diretor de Segurança da Tenable e ex-líder cibernético da Força Aérea dos EUA. A F5 comunicou à SEC, a CVM norte-americana, que um adversário do tipo estado-nação roubou os projetos digitais — código-fonte e dados sobre vulnerabilidades não divulgadas — da tecnologia BIG-IP do F5.
Huber diz que o software da F5 não é apenas um software, mas usado para proteção por boa parte do mercado – de agências governamentais à infraestruturas críticas. “Nas mãos de um agente hostil, esses dados roubados são uma chave mestra que pode ser usada para lançar ataques devastadores, semelhantes às campanhas realizadas pelo Salt Typhoon e pelo Volt Typhoon”, advertiu.
O especialista da Tenable diz que o momento é o de todo setor de segurança cibernética a se unir, ser proativo e prestar muita atenção aos guias de remediação e atualizações da CISA, a agência de segurança cibernética dos EUA, e da F5, que merecem crédito pela transparência e pela forma como lidaram com este incidente até agora.
“Segurança preventiva e monitoramento contínuo são agora essenciais para identificar e limitar as exposições. Os invasores têm um mapa dos nossos ambientes mais sensíveis. Nossa única defesa é eliminar todos os caminhos possíveis antes que eles decidam atacar”, atestou o diretor de Segurança da Tenable.
A tecnologia BIG-IP da F5 está incorporada nos ambientes de tecnologia de bancos, telecomunicações, energia, setor público e grandes corporações em toda a América Latina. Globalmente, a F5 tem parcerias com 85% das empresas da Fortune 500 e diversas agências governamentais. Sua presença na região é significativa: a América Latina foi identificada pela própria empresa como um de seus “pontos brilhantes” de crescimento. Desde que confirmou a invasão, as ações da F5 desabaram na Bolsa de Valores.
