A Keeta, gigante chinesa de delivery, vai dar a largada para a sua presença no Brasil a partir do dia 30 de outubro com operações piloto em Santos e São Vicente, duas cidades vizinhas no litoral de São Paulo.
As duas cidades são vizinhas, e, apesar de Santos ser mais conhecida, são bastante similares em tamanho. Santos tem 418 mil habitantes e São Vicente tem 319 mil.
As duas cidades estão a apenas 70 quilômetros de São Paulo, o mercado chave no país, no qual a Keeta quer entrar até o fim deste ano.
De acordo com a Keeta, até o momento, foram cadastrados mais de 700 marcas de restaurantes de todos os portes das duas cidades que participarão do piloto.
Somente em Santos, a empresa chinesa treina mais de 2 mil entregadores.
Um diferencial é um “capacete inteligente”, com a promessa de simplificar a rotina dos entregadores que trabalham de bicicleta. A Keeta não teu maiores detalhes do que o capacete tem de diferente.
Santos e São Vicente são só o começo do que está prometido como uma grande investida no Brasil, com investimentos de R$ 5,6 bilhões no país nos próximos cinco anos.
A chegada da Keeta (e a volta da 99Food, que também tem por trás uma multinacional chinesa) vem sendo precedida de muito barulho por parte do iFood, hoje dono de mais de 70% do mercado de entregas no país.
Ainda nesta semana, o CEO do iFood, Diego Barreto, deu uma entrevista para a CNN denunciando “ataque coordenado e sistemático” de espionagem.
Funcionários da iFood estariam sendo assediados por consultorias dispostas a pagar para conversar com executivos das áreas de negócio, tecnologia e comercial.
As entrevistas visam levantar informações sensíveis da companhia, como dados de faturamento, modelos de precificação e estratégias de investimento.
Segundo Barreto, foram mais de 170 contatos do tipo, parte deles oriundos de “consultorias na China”.
O CEO do iFood não chegou a apontar o dedo para a Keeta ou para o 99Foods, mas a empresa também está agindo contra os concorrentes na Justiça.
Segundo revela o Bloomberg Línea, o iFood notificou extrajudicialmente a 99Foods para parar de recrutar seus funcionários signatários das tais cláusulas de non-compete.
O iFood também já entrou com ações pontuais na Justiça do Trabalho de São Paulo contra ex-colaboradores contratados pela 99Food em cargos mais estratégicos.
Em algumas dessas ações, juízes concederam liminares que determinavam o desligamento imediato dos profissionais.
Segundo informações apuradas com fontes a par do assunto pela Bloomberg Línea, executivos foram contratados com valores, incluindo bônus de entrada, que chegam ao dobro dos valores recebidos no iFood.