O AI for Good Lab, laboratório de pesquisa da Microsoft dedicado ao impacto social da tecnologia, divulgou novos dados que revelam a dimensão da adoção global da inteligência artificial. Segundo o levantamento, em menos de três anos, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo já usaram alguma ferramenta de IA, como Copilot, ChatGPT, Claude, Gemini e Midjourney.
O estudo apresenta dois índices complementares: o AI Frontier Index, que mede onde as principais inovações em IA estão sendo criadas, e o AI Infrastructure Index, que identifica os países com maior capacidade de construir e escalar soluções de IA.
Os resultados apontam uma forte desigualdade na difusão da tecnologia: a adoção de IA no Norte Global é aproximadamente o dobro da observada no Sul Global, e a diferença cresce significativamente em países com PIB per capita abaixo de US$ 20 mil. Em regiões como a África Subsaariana, menos de 10% da população economicamente ativa utiliza IA, enquanto em nações como Singapura, Emirados Árabes Unidos, Noruega e Irlanda, o percentual supera a metade da força de trabalho.
Além do acesso desigual à tecnologia, fatores como infraestrutura digital, políticas públicas e educação tecnológica são apontados como determinantes para o avanço da adoção. Países com línguas pouco difundidas globalmente — como Malawi e Laos — apresentam taxas menores de uso, mesmo após ajustes por PIB e acesso à internet, o que reforça o papel da inclusão linguística e cultural no desenvolvimento da IA.
O relatório destaca que acesso a ferramentas, coordenação de políticas e capacitação profissional podem impulsionar a adoção de IA mesmo em nações sem grande presença de data centers ou modelos próprios de inteligência artificial.
