A maior rede elétrica dos Estados Unidos está sob pressão, já que data centers e chatbots de IA consomem energia mais rápido do que novas usinas podem ser construídas. As contas de luz devem aumentar mais de 20% neste verão em algumas partes do território, batizado de PJM Interconnection, que abrange 13 estados – de Illinois ao Tennessee, Virgínia a Nova Jersey – atendendo 67 milhões de clientes e uma região com o maior número de data centers do mundo, de acordo com reportagem da Reuters.
“Os preços permanecerão altos enquanto o crescimento da demanda superar a oferta – esta é uma política econômica básica”, disse o porta-voz da PJM, Jeffrey Shields. “Neste momento, precisamos de cada megawatt que pudermos obter”, reforça. Novos projetos totalizando cerca de 46 gigawatts – capacidade suficiente para abastecer 40 milhões de residências – foram aprovados nos últimos anos, “mas não estão sendo construídos devido à oposição local, congestionamentos na cadeia de suprimentos ou problemas de financiamento que nada têm a ver com a PJM”, adicionou Shields.
Na última década, a região PJM perdeu mais de 5,6 gigawatts líquidos com o fechamento de usinas mais rápido do que a entrada em operação de novas, de acordo com uma apresentação da PJM apresentada aos órgãos reguladores este ano. Enquanto isso, a demanda por data centers está aumentando. Até 2030, a PJM espera um aumento de 32 gigawatts na demanda de seu sistema, com todos os gigawatts, exceto dois, vindos de data centers.
O ChatGPT, surgido em 2023, só piorou a situação. A demanda pela ferramenta explodiu e gigantes da tecnologia começaram a vasculhar a rede elétrica dos EUA em busca de capacidade, contribuindo para o aumento nos preços dos leilões em 2024. Alegando temores de apagões, o governo Trump ordenou em maio que duas usinas de petróleo e gás natural na Pensilvânia, ambas programadas para desativação em maio, continuassem operando durante o verão (no hemisfério norte).
Fonte: Agência Reuters