A transformação digital das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras ainda esbarra em diferentes desafios como a falta de estruturação de dados, baixa maturidade em inteligência artificial (IA) e pouco conhecimento em tecnologia para gestão dos negócios.
De olho nessas lacunas, a Nekt — startup fundada em 2024 por Antonio Duarte e três ex-colegas de faculdade da UFSC – Universíade Federal de Santa Catarina, criaram a empresa que se utiliza dos dados das empresas para realizar análises, integrações e simplificar a tomada de decisões empresariais.
“Uma vez resolvida a estruturação dos dados, o próximo passo é ativá-los para gerar valor”, afirma Duarte. “As análises de BI e o consumo dos dados pelos colaboradores são fundamentais para aumentar a confiança e criar uma cultura data-driven. Mas vemos crescer também o consumo de dados por assistentes e agentes de IA, que combinam LLMs com o contexto único de cada negócio para automatizar processos e decisões.”
Para atender essa demanda, a Nekt lançou a solução MCP Server que atua como uma API voltada não para sistemas, mas para agentes de IA, que passam a acessar informações diretamente do lakehouse da empresa, que pode estar hospedado na nuvem do próprio cliente, garantindo governança e segurança alinhadas à LGPD. A arquitetura permite consultas via diferentes ferramentas — do workflow no n8n a interações no WhatsApp — ampliando os pontos de contato e automação.
Segundo Duarte, o diferencial está em oferecer essa infraestrutura sem exigir conhecimentos avançados de cloud computing, mantendo os dados sob controle total do cliente. “Se algum dia a empresa decidir sair da Nekt, os dados continuam organizados e disponíveis na nuvem dela”, reforça.
Foco nas PMEs
A escolha por atender PMEs veio de duas motivações: o desejo de democratizar o acesso a dados e a constatação de um nicho pouco explorado no mercado brasileiro. “Existem grandes players posicionados para enterprise, mas falta uma solução aderente ao perfil e orçamento das pequenas e médias empresas”, diz Duarte. O público-alvo inclui companhias que já lidam com dados no dia a dia, mas ainda dependem de planilhas ou processos manuais para consolidar informações.
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Para chegar a esse mercado, a Nekt aposta em uma abordagem horizontal e educativa. “Não vendemos só a ferramenta, mostramos como construir valor a partir dela. Isso começa antes mesmo da compra, para que o cliente saiba o que esperar e como usar”, explica o CEO.
Estrutura e expansão
Com apenas nove colaboradores — todos altamente técnicos —, a startup opera no modelo SaaS B2B e escala sua entrega por meio de parceiros estratégicos, como consultorias de dados. O portfólio já atende setores variados, incluindo turismo, serviços financeiros, etc com nomes como Seazone, BT Créditos e Hapana.
Para 2025, a meta é alcançar cerca de 100 clientes pagantes e quadruplicar essa base no ano seguinte, aproveitando o crescimento da demanda por integrações entre dados e IA. “O MCP Server abre caminho para experiências mais inteligentes, eficientes e escaláveis”, conclui Duarte.
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