A Associação Brasileira de Empresas de Softwares (Abes) declarou nesta semana que o setor de TI poderá ser impactado indiretamente com o tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos ao Brasil.
Segundo o site Mobile Time, a preocupação foi externada durante uma conversa com a imprensa por Jorge Sukarie, conselheiro da associação.
Sem estimar valores, Sukarie acredita que os mercados afetados, como os do café, carne e alguns segmentos da indústria, irão rever investimentos em setores estratégicos. No caso da TI, a compra de produtos e softwares pode ser reduzida.
Diante das investigações americanas contra o comércio do Brasil e de uma possível retaliação do governo brasileiro, uma futura taxação de serviços também pode acontecer.
Sukarie, no entanto, acredita em um avanço das negociações e salienta que a Abes irá conversar com o vice-presidente Geraldo Alckmin pedindo para que se evitem tarifas cruzadas.
A associação já se mostrou preocupada com o aumento do IOF, que saiu de 0,8% para 3,5% em transações internacionais, e vê no tarifaço mais um obstáculo para o avanço do setor de TI, que, em 2024, representou investimentos de R$ 58,6 bilhões.
Para a Abes, os próximos 90 dias serão essenciais para determinar quais indústrias perdem ou mantêm a competitividade.
Se não houver avanço nas negociações para os produtos que ainda estão na lista do governo americano, a taxação passa a valer a partir de 7 de agosto.