Na teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025 – o primeiro da Oi sem os ativos de banda larga e TV por assinatura – realizada nesta sexta-feira, 5/9, o CFO da companhia, Rodrigo Aguiar, admite que a Oi precisa de urgência por liquidez de no curto prazo; pede a aprovação do aditamento da Recuperação Judicial; da negociação dos créditos trabalhistas e das dívidas dos fornecedores para manter a operação.
“Estamos fazendo a nossa parte que é focar na disciplina financeira. Somos ainda responsáveis por grande parte da interconexão do serviço de voz no Brasil e estamos presentes em 27 unidades do país. Estamos trabalhando por uma Oi mais enxuta e preparada para uma nova etapa”, afirmou o CFO, dando a entender sobre a urgência da aprovação do aditamento da segunda Recuperação Judicial.
Os resultados financeiros não são bons. O balanço financeiro do segundo trimestre revela uma deterioração relevante dos números operacionais, com Ebitda de rotina negativo em R$ 91 milhões e margem ajustada em -14,3%. A receita consolidada somou R$ 684 milhões, queda de 67,7% em um ano, evidenciando os impactos da redução de escala após a venda de ativos e da pressão sobre o negócio de telefonia.
Na prática, a Oi registrou prejuízo líquido de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o desempenho do trimestre anterior. Mas apesar da perda, o acumulado do semestre segue positivo em R$ 820 milhões, influenciado por efeitos financeiros do primeiro trimestre.
A Oi faz questão de ressaltar que a opção da Nova Oi – a oferta de serviços de TICs – está tendo estabilidade e crescimento. De acordo com a Oi, a receita consolidada das operações continuadas no Brasil somou R$ 684 milhões, crescimento de 8,4% em relação ao primeiro trimestre, mas queda de 17,7% na comparação anual. Do total, Oi Soluções respondeu por 50% (R$ 342 milhões), as subsidiárias nacionais por 39% (R$ 267 milhões) e o legado e atacado por 11% (R$ 74 milhões).
Entre os serviços comercializados pela Oi Soluções, as receitas de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) seguem ganhando relevância, especialmente cloud e Comunicação Unificada,com crescimento de 11% no trimestre e de 22% na comparação anual, respectivamente. No segundo trimestre, cloud gerou R$ 62 milhões em novos contratos. “Ampliação da participação da Oi Soluções nas receitas, reforça a evolução do nosso posicionamento em tecnologia, com consolidação gradual em um portfólio mais moderno e aderente às demandas do mercado”, explicou o CFO, Rodrigo Aguiar.
Ainda na tentativa de mostrar que está fazendo a sua parte, a Oi reportou que reduziu os custos da manutenção de rede, publicidade e propaganda e serviços de terceiros, além da evolução do processo da desmobilização do legado da telefonia fixa. De acordo com a Oi, somente com a migração de clientes de telefonia fixa para soluções digitais – que deverá ser finalizada em dezembro deste ano – e a desmobilização das redes baseadas na tecnologia de cobre, a economia ficou em cerca de R$1,4 bilhão, acumulada desde o ano de 2024.
O CFO da Oi admite que a companhia enfrenta desafios e que terá que executar uma correção de rumo pontual rumo à sustentabilidade financeira, com a reabertura das negociações com alguns dos nossos credores, buscando uma reestruturação mais abrangente, que maximize o valor para todos os seus credores e preserve a continuidade operacional do grupo. “Com isso, esperamos que a empresa se torne cada vez mais sustentável no longo prazo, capaz de manter sua importante função social. A Oi está presente nas 27 unidades da país, sendo ainda responsável por grande parte da interconexão do serviço de voz no Brasil “ reiterou.