Durante o Fórum Street Smart São Paulo 2025, um painel mediado por Eduardo Borba, General Vice President da Rimini Labs no Brasil, reuniu executivos para debater os impactos da reforma tributária na transformação digital das organizações brasileiras. A conversa contou com a participação de Marcio Zapater, CEO da Promon, e Roberto Bordinhão, Senior Director da Alvarez & Marsal.
Borba iniciou a discussão destacando que, embora a reforma tributária traga incertezas em sua implementação, ela também representa uma oportunidade de modernização. O executivo apontou que muitas organizações ainda dependem de sistemas legados e processos manuais, o que pode comprometer a conformidade com as novas regras fiscais. “Estamos vendo empresas que ainda operam com sistemas que têm 30, 40 anos de existência”, afirmou.
Para Marcio Zapater, o desafio vai além da tecnologia e envolve mudanças culturais e estruturais nas empresas. Ele defendeu que a reforma exige uma resposta que vá além da adaptação fiscal: é preciso integrar o tema ao planejamento estratégico. “A forma como as empresas se estruturam para lidar com a reforma vai dizer muito sobre sua capacidade de inovação nos próximos anos”, comentou. O executivo também ressaltou que muitas companhias estão migrando para soluções em nuvem com o objetivo de ganhar agilidade e escalabilidade, mas sem planejamento adequado, essa movimentação pode ser apenas uma troca de plataforma, sem ganhos reais de eficiência.
Roberto Bordinhão compartilhou a perspectiva da consultoria Alvarez & Marsal, que tem observado um movimento crescente das empresas na busca por especialistas capazes de traduzir as mudanças tributárias em ações práticas. Ele frisou que, apesar da complexidade da reforma, é possível transformá-la em um vetor de competitividade. “A reforma tributária não pode ser tratada como um projeto de tecnologia, e sim como um projeto de negócio”, disse. Para ele, o sucesso dependerá da capacidade de unir áreas técnicas, como TI e fiscal, em um esforço conjunto de transformação organizacional.
O painel encerrou com o consenso de que a modernização dos sistemas não é mais uma escolha, mas uma necessidade imposta pelo novo cenário regulatório. Os participantes reforçaram a importância de alinhar tecnologia, governança e estratégia para que as empresas estejam preparadas para o que vem pela frente.
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