A Salesforce vai aumentar o preço dos seus produtos voltados para médias e grandes empresas em 6%, justificando a medida pelas novas integrações com inteligência artificial.
O aumento vale para os produtos Service Cloud, Field Service e algumas verticais específicas não divulgadas, para as versões Enterprise, que atende clientes médios, e Unlimited, na qual ficam os maiores clientes da Salesforce, e vigora a partir de 1º de agosto.
As versões Starter, Pro e Foundations, nas quais a Salesforce entrega funcionalidades básicas para pequenas e médias empresas, seguem com os mesmos preços.
A Salesforce já tinha aumentado os preços em 10% em agosto de 2023, também com a justificativa das novas funcionalidades baseadas em IA. Na época, as ações da empresa subiram depois da movimentação.
Dessa vez, as ações ficaram estáveis, e o site britânico The Register reporta que os clientes da empresa estão resmungando em fóruns de usuários, reclamando dos preços e das próprias funcionalidades de IA.
Curiosamente, na mesma semana do aumento, surgiu uma pesquisa interna da própria Salesforce, apontando problemas no funcionamento dos tais “agentes de IA”.
Os testes revelaram que os agentes obtiveram uma taxa de sucesso de apenas 58% em tarefas simples, que exigiam apenas uma interação (sem necessidade de acompanhamento ou busca de informações adicionais). Em tarefas mais complexas, que envolviam múltiplos passos, a taxa caiu para 35%.
Nesse contexto, “taxa de sucesso” mede o quão bem um agente consegue completar corretamente uma tarefa em uma única troca de mensagens (uma pergunta e uma resposta).
A pesquisa foi realizada com dados sintéticos, ou seja, inventados, dentro de um ambiente criado pelos pesquisadores para simular o funcionamento de um sistema real de CRM.
Os agentes testados recebiam pedidos e precisavam decidir entre buscar informações em outros sistemas, fazer perguntas adicionais ao usuário ou fornecer uma resposta direta.
“Essas conclusões sugerem uma lacuna significativa entre as capacidades atuais dos LLMs e as demandas multifacetadas dos cenários empresariais do mundo real”, afirma o artigo.
