Suse mostra ao mercado que TI é uma questão de “escolha”

Repedindo incansavelmente o mantra “ChoiceHappens”, a Suse realiza, esta semana, o evento Susecon 2025, em Orlando, nos Estados Unidos. A empresa reforçou o seu portfólio de soluções tecnológicas, incluindo além do Linux a ferramentas de gestão de infraestrutura de TI, que entreguem agilidade, segurança e custo baixo aos clientes. kubernets,

O foco da SUSE são grandes corporações para as quais as aplicações devem estar operando 24x7x365 sem falhas, ou seja, cuidando de ambientes missão crítica. A empresa vem apresentando resultados sólidos, com crescimento global de 15% no último ano. Na América Latina o crescimento foi maior do que isso, mas sua participação no faturamento da empresa é menor que 9% (não divulgado oficialmente pela empresa por políticas internas).

Na abertura do evento, o CEO Dirk-Peter van Leeuwen divulgou o Customer Awards, premiando clientes globais pela reconhecida inovação, resultados de negócios e impacto positivo na sociedade.

Entre estes clientes estão o Deutsche Bank e a ArcelorMittal Sistemas, o braço de tecnologia global da ArcelorMittal, que usa soluções SUSE para modernizar sua infraestrutura. Com o SUSE Linux Enterprise Server para aplicativos SAP e o SUSE Multi-Linux Manager, a ArcelorMittal aumentou a produtividade em 86%, reduziu o tempo de implantação de 40 horas para 8 horas e reduziu os custos do sistema operacional em 58%

Marcos Lacerda, presidente e diretor geral da Suse na América Latina, conversou com a TI Inside sobre diferentes temas – da tecnologia aos negócios e os resultados da região. Segundo ele, o investimento feito e não revelado da companhia na América Latina, com a expansão do número de profissionais contratados pela empresa no Brasil e a abertura do escritório no México, já gera resultados, o que deve motivar a decisão de novos aportes na região após a avaliação dos resultados do ano fiscal, que termina em oububro. Sem fugir o mantra global, Larcerda destaca que a Suse hoje está focada em entregar a capacidade de escolha às grandes corporações, sem que elas fique “amarradas” a único fornecedor. Acompanhe a entrevista.

Além do investimento na América Latina, a Suse fez aportes importantes na integração de novas tecnologias. Correto?

No final de 2019, a Suse comprou a Rancher, uma startup que tem uma ferramenta de mesmo nome, especialista em orquestração de kubernets (contêineres). Desde então, estamos focados em integrar suporte e robustez à versão Enterprise do Rancher – todos os produtos da Suse têm a versão open source e a versão Prime, para missão crítica, com suporte robusto para ambientes de produção.

Também compramos outras empresas, a New Vector, cuja ferramenta é dedicada à segurança para conteineres. A principípio, posicionamos a New Vector como uma ferramenta standalone, mas, mais recententemente, integramos a integramos ao Rancher. A ideia, desde então, é reforçar a versão Prime, voltada a grandes empesas, tornando-a cada vez mais incorpada e robusta. Na SuseCon do final do ano passado, em Berlin, na Alemanha, anunciamos a compra aa StackStage, que tem tinha uma ferramenta de observabilidade, e que também foi integrada ao Rancher.

Fazendo um desenho deste modelo, vocês adotaram o Linux como base e o Rencher logo acima para a orquestrão e gerenciamento das soluções, certo?

Este é um cenário presente em muitos clientes, mas no final são plataformas independentes. Temos muitos clientes usando apenas a plataforma Linux, que tem mais de 30 anos; temos clientes que só usam Rancher; e há clientes que têm os dois. Grosso modo, o Linux é um sistema operacional e o Rancher é uma ferrmenta de orquestração de contêineres, uma forma moderna de rodar aplicações em data centers, que pode ser um ambiente on premisses, nuvem pública ou nuvem privada, com a grande vantagem de ser escalável. O Rancher é um orquestrador de kubernets – um padrão aberto de gerenciamento de conteiner -, que ajuda a reduzir a complexidade do ambiente de data center.  E ele se integra a outras ferramentas de mercado. Por exemplo, se o cliente tiver algo na nuvem AWS, cujo gerenciador de conteiner é o EKS, o Rencher se integra ao EKS. O Google tem o GKE, a Microsoft Azure tem o AKS, que são os equivalentes. O Rencher permite gerenciar todos estes ambientes em uma única tela.

Quais são os destaques do evento?

Hoje, os dois principais anuncios foram a premiação dos 12 clientes globais e o anúncio da comercialização de Rancher através do marketplace da AWS, tendo como alvo os MSP (Manager Service Providers). A chave deste anúncio é permitir que um MSP ofereça aos clientes o Rancher de forma simplificada. Além da infraestrura de TI em conteineres e kubernets ser mais complexa, temos, no Brasil, tem uma escacez de recurso profissional, o que faz com que muitas empresas só consigam fazer o deployment de uma plataforma deste tipo se contar com a ajuda de terceiros. E aí entram os MSPs, que ajudam muitíssimo as empresas a fazerem este tipo de modernização de aplicação.

Qual é o perfil do cliente Suse e o que ele busca?

O nosso cliente-foco é o enterprise, as grandes organizações com TI robusta. Isto porque um dos grandes benefícios dos nossos produtos é segurança, estabilidade, aplicação em missão critica. Quem mais valoriza estas características são as grandes empresas públicas e privadas, independente da vertical. Temos vários grandes clientes da vertical governo no Brasil e na AL.

Vocês citaram VMWare como rival. E é o grande calcanhar de Aquile da Suse hoje?

Eu não classificaria a VMWare como rival. Eles têm soluções que não necessariamente concorrem com que a gente oferece. Toda a apllicação de conteineres e kubernets é uma alternativa às virtual machines (VMs), que historicamente são oferecidas pela VMWare. Uma coisa não necessariamente concorre com a outra, inclusive temos uma solução de virtualização – o Suse Virtualization – que traz para os clientes recursos de virtualização integrados ao Rencher. A questão de virtualização não é concorrente. Não temos uma ferramenta que é diretamente substituta ao que a VMWare oferece, mas para muitos clientes que optam por iniciar ou seguir numa jornada de modernização do ambiente de TI, no médio e longo prazo, Rencher pode se tornar uma alternativa a quem vinha totalmente investido em VMs. Você pode, inclusive, ter conteineres sobre as máquinas virtuais.

A estratégia de ampliar o leque de parceiros é nova? Vocês citaram AWS, Dell, SAP, Lenovo. 

Algumas destas parcerias já existem há alguns anos, mas vem ficando cada vez mais clara a intensificação dos investimentos em alguns parceiros. Se você olhar o discurso do nosso CEO, ele usa muito a palavra Choice (Escolha), uma espécie de mantra dentro da Suse. Damos escolha ao cliente sem fazer nada que pareca um lock-in. Quanto mais a gente se aproxima destes parceiros, mais acreditamos na entrega de escolhas. A pessoa pode comprar da gente diretamente, de um parceiro global ou local, de um MSP etc. Queremos dar escolha às empresas, sabendo que missão crítica não pode parar, não tem downtime.

*A jornalista viajou a Orlando a convite da Suse.

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