O Open source é a base técnica e filosófica da soberania digital porque permite aos governos e às empresas terem total transparência sobre o código que utilizam, evitando dependências de soluções proprietárias e de fornecedores específicos, afirma o presidente da SUSE América Latina, Marcos Lacerda.
“Soberania digital é a capacidade de um país ou de uma organização de controlar seus próprios dados, tecnologias e infraestrutura crítica, sem depender de fornecedores ou plataformas que possam vir a impor restrições externas. E essa independência vêm com o open source”, reforça o executivo, em entrevista ao Convergência Digital.
O tema ganhou força à medida que dados e aplicações passaram a ser ativos estratégicos na economia e na segurança nacional. “Dados são cada vez mais relevantes com a inteligência artificial, com a nuvem e o momento geopolítico ajuda a pensar em soberania digital”, detalha Lacerda.
No Brasil, inclusive, o debate sobre soberania de dados e uso de nuvem pública versus nuvem local se intensificou no governo e em setores regulados. “O desafio é transformar essa discussão em políticas e práticas concretas. O Open source é o melhor caminho”, assinala.
Agilidade, inovação e segurança
Se está à mesa na prioridade de discussões no ambiente governamental, a soberania digital também escala nas companhias privadas por conta da necessidade delas de garantir a autonomia; acesso e segurança dos dados armazenados e processados no dia a dia. “Empresas que têm o domínio das suas infraestruturas respondem mais rápido aos problemas, às mudanças regulatórias e estão mais capacitadas para inovar com agilidade”, ressalta.
Indagado como a SUSE está trabalhando na soberania digital, Marcos Lacerda diz que essa é a missão da empresa nos últimos 30 anos. “Nós viabilizamos a soberania digital promovendo infraestrutura aberta, segura e interoperável. Nós queremos que os nossos clientes tenham controle total sobre os seus ambientes por meio do uso do Linux Empresarial, Kubernetes e automação de infraestrutura com suporte global”, pontua.
Ficar dependente de soluções proprietárias é perder a capacidade de migrar, adaptar ou evoluir conforme suas demandas mudem, adverte Lacerda. O executivo diz que o ‘famoso vendor lock-in’, a dependência tecnológica, abarca custos imprevisíveis, compliance e até interrupções operacionais, caso o fornecedor mude as regras de uso, licenciamento ou suporte.