A Diamante Geração de Energia, uma empresa catarinense de energia térmica, vai receber recursos de R$ 30 milhões da Finep para desenvolver tecnologias de microrreatores nucleares, uma tecnologia em alta com o boom da inteligência artificial.
O valor total chega a R$ 50 milhões, com uma contrapartida de R$ 20 milhões da Diamante, que é apoiada pela Indústrias Nucleares do Brasil e a Terminus, uma startup de tecnologia focada em pesquisa e desenvolvimento para o setor energético no Rio de Janeiro.
A INB é responsável pela prospecção, mineração e por todas as etapas de fabricação do combustível nuclear das Usinas Angra 1 e Angra 2.
A Diamante é gestora do complexo termelétrico Jorge Lacerda, o maior da América do Sul a carvão, com cerca de 853 MW de capacidade, localizado no sul de Santa Catarina.
Em nota, o Ministério de Ciência e Tecnologia coloca em uma “Iniciativa pioneira” visando o desenvolvimento de uma “nova geração de reatores nucleares modulares, seguros e sustentáveis, com foco na geração de energia limpa para regiões remotas e pequenos municípios no Brasil”.
Além da possibilidade de um microrreator nuclear acabar sendo construído em Santa Catarina, o anúncio do MCT é interessante porque os chamados SMRs, são uma tecnologia chave na corrida para construir data centers capazes de processar a demanda das aplicações de inteligência artificial.
Como o nome já diz, os microrreatores nucleares são menores, modulares e móveis.
Enquanto uma usina nuclear tradicional gera centenas a milhares de megawatts e leva anos para ser construída, um microrreator produz entre 1 e 20 megawatts, pode ser transportado por caminhão e instalado em poucos meses.
Grandes empresas como Google e AWS já anunciaram investimentos na construção de reatores nucleares modulares, um campo no qual os Estados Unidos no momento lideram.
Desenvolvedores de SMRs e micro‑reatores levantaram cerca de US$ 1,5 bilhão no último ano, com empresas como X‑Energy (US$ 700 milhões), Newcleo (US$ 151 milhões) e Nano Nuclear (US$ 134 milhões), entre outras.